Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
SILVA, Fernando Augusto Borges da
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Orientador(a): |
FRANÇA, Marlon Carlos
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11688
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Resumo: |
O presente trabalho tem por finalidade identificar a dinâmica dos manguezais no litoral norte do Espírito Santo, próximo ao município de São Mateus (ES), durante o Holoceno tardio, a partir da identificação de paleoambientes deposicionais e paleoflora; caracterização das fontes de matéria orgânica sedimentar e determinação cronológica dos eventos na área estudada. Para isso foram coletados dois testemunhos de sedimento (MBN e LI-34), para realizar uma análise integrada dos dados palinológicos, sedimentológicos e geoquímicos (δ13C, δ15N, razão C:N e C:S), sincronizados com sete datações 14C. Os perfis sedimentares, foram extraídos de manguezais localizados às margens dos rios São Mateus e Barra Seca com a utilização de um trado russo. Os depósitos possuem a idade de ~2662 anos cal AP, e são marcados pela presença de laminações cruzadas (facies Sc), depósitos heterolíticos lenticulares (facies Hl), areia com laminação paralela (facies Sp), depósitos heterolíticos wavy (facies Hw), depósitos heterolíticos flaser (facies Hf e Sf), areia maciça (facies Sm), areia com laminações paralelas (facies Smh) e lama com laminações paralelas (facies Ml), além da presença de conchas e fragmentos vegetais. Os dados obtidos permitiram a identificação de três associações de fácies ao longo dos testemunhos: a primeira (A) consiste em uma barra em pontal estuarina (~2662 até ~2215 anos cal AP), a segunda (B) consiste em uma planície de maré lamosa colonizada por érvas e manguezais, desde pelo menos ~2215 anos cal AP até o período moderno, e por fim a terceira (C) é caracterizada como um canal estuarino distal – inlet, com idade de aproximadamente 1337 anos cal AP. Os resultados isotópicos e elementares de C e N indicaram mistura de plantas vasculares de ciclo fotossintético C3 e C4, próximo às porções mais basais, com subsequente predomínio de plantas C3 em direção ao topo dos testemunhos, além da presença de matéria orgânica de origem aquática marinha/estuarina. A razão C:N indicou oscilações entre a influência aquática e terrestre, corroborando os valores da razão C:S (0,02-5,18), os quais revelam também mistura de matéria orgânica com influência marinha (aquática) e terrestre. Os resultados polínicos revelaram que o manguezal nesta região está presente desde pelo menos ~2662 anos cal AP, no entanto, observou-se mudanças na sua biodiversidade, pois atualmente esse ecossistema é colonizado principalmente pelo gênero Laguncularia na região da foz do rio Barra Seca, diferente de períodos anteriores, onde houve o pleno desenvolvimento dos gêneros Rhizophora e Avicennia. Por outro lado, na foz do rio São Mateus, o manguezal iniciou sua colonização com o gêneno Rhizophora e, após com a presença de Avicennia. Assim, com o presente estudo, é possível inferir que não houve variações climáticas significativas na região, entretanto, a estabilização do nível relativo do mar durante o Holoceno tardio, bem como a dinâmica sedimentar pode estar controlando o processo de expansão/contração desses manguezais. |