Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
FERREIRA, Deimy Lima
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Orientador(a): |
SOUSA, Rita Catarina Medeiros
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais
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Departamento: |
Núcleo de Medicina Tropical
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/9203
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Resumo: |
O vírus Influenza A é conhecido pela sua capacidade de infectar uma ampla variedade de animais, como os mamíferos (humanos, suínos, equinos, cetáceos, morcegos), aves domésticas (galinha [Gallus gallus], ganso, peru [Meleagris ocellata]), além de aves selvagens das ordens Charadriiformes (gaivotas, andorinhas, aves marinhas e maçaricos) e Anseriformes (pato, ganso selvagem e cisne) sendo estas seu hospedeiro natural. Compreender o movimento de longa distância de aves selvagens migratórias é crucial para explicar a circulação de vírus da gripe aviária. Este evento de circulação faz com que as aves atuem como importante meio de propagação do vírus ao longo de uma rota migratória, fato este já amplamente aceito. Entre os anos de 2006 e 2007 foram coletadas 2.252 amostras (swab de traquéia e cloaca), obtidas em locais que fazem parte da rota de migração do Atlântico e Mississipi, a partir de uma variedade de espécies de aves em regiões dos estados da Bahia, Pará e Pernambuco, para vigilância epidemiológica dos vírus Oeste do Nilo e Influenza. O objetivo deste estudo foi investigar a circulação de vírus Influenza entre aves migratórias que utilizam as rotas que passam pelos estados brasileiros supracitados. Para isso, as amostras foram analisadas através de técnicas de biologia molecular, que compreenderam duas etapas principais: a) extração de DNA/RNA a partir do espécime biológico; b) amplificação do gene controle codificador da Citocromooxidase pela técnica Reação em Cadeia mediada pela Polimerase (PCR) e amplificação do RNAv pela técnica de Transcrição Reversa seguida pela PCR em tempo real (RT-qPCR). Os resultados obtidos mostraram que do total de amostras testadas, 7,2% (n = 158) foram positivas por rRT-PCR para o vírus Influenza A. Observou-se uma diferença de positividade para o virus entre as espécies de aves analisadas, sendo esta de 3,6% para a ordem Charadriformes, 26,3% entre as aves da a ordem Anseriformes, 5,3% das aves pertencentes a ordem Pelecaniformes e 10,9% para aquelas da ordem Suliformes. Entre as amostras das ordens Passeriformes e Columbiformes, nenhuma amostra revelou-se positiva para vírus Influenza. Os dados sugerem variação entre os locais de coleta, tendo o estado do Pará com o menor percentual de positividade, a Bahia com segunda maior taxa e por fim Pernambuco apresentando maior valor de prevalência absoluta. Este estudo mostra que apesar de raras investigações realizadas no território brasileiro, constata-se circulação de vírus Influenza A entre diversas espécies de aves migratórias que utilizam os estados do Pará, Bahia e Pernambuco como locais de parada e reprodução de suas espécies. Estes achados justificam novas investigações para compreender a dinâmica dos vírus da gripe aviária na população de aves selvagens circulantes no Brasil, e seu papel como fonte em potencial de infecção para outros animais, inclusive o homem. |