Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Marks, Fernanda Simone |
Orientador(a): |
Corbellini, Luis Gustavo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/97964
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Resumo: |
Patógenos associados a aves migratórias podem causar doenças em aves domésticas. As aves de subsistência são possíveis fontes de disseminação destes patógenos pela ausência de biossegurança na criação e pelo contato com aves silvestres. A região do Parque Nacional da Lagoa do Peixe (PNLP), no Rio Grande do Sul, se caracteriza como um importante sítio de aves migratórias. Devido a isto, é possível uma interface entre aves migratórias e aves de subsistência criadas na região. A influenza aviária (AI) é a principal doença associada a aves migratórias que afeta o sistema respiratório, sendo estas os principais disseminadores do vírus. Estudos prévios indicam que há risco de introdução de um vírus de AI de alta patogenicidade (HPAIV) na região. Porém, o padrão e impacto do espalhamento deste patógeno na região é desconhecido, visto a ausência de relatos. Cabe ressaltar que outras enfermidades respiratórias, como a Doença de Newcasle (ND) e a micoplasmose por Mycoplasma gallisepticum (MG), também são associadas a aves migratórias e podem causar doenças em aves domésticas. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é realizar um inquérito epidemiológico de doenças respiratórias associadas a aves migratórias em aves de subsistência e propor um modelo de espalhamento de HPAIV na região do PNLP. Com esta finalidade, realizamos uma avaliação (i) da presença de anticorpos contra AI, ND e MG nas aves de subsistência por ELISA, (ii) da presença dos agentes de AI e ND por RT-PCR em tempo real nas aves de subsistência, (iii) dos possíveis fatores de risco associados aos patógenos e (iv) das consequências da introdução de HPAIV na região através de um modelo matemático de espalhamento. Nas propriedades de aves de subsistência amostradas da região, foi detectada a presença de anticorpos contra AI, ND e MG na frequência de 4,2%, 87,5% e 58,3%, respectivamente. Todas as amostras foram negativas no RT-PCR em tempo real realizado para AI e ND. A avaliação de fatores de risco foi possível nas propriedades soropositivas para ND e MG, possibilitando realizar-se a primeira análise de fatores de risco para estes agentes em aves de subsistência no Brasil. Para ND, o risco foi maior nas propriedades nas quais os criadores adotam a prática de reposição própria para manter a criação (PR=1,64; 95% IC: 1,11 – 2,42). Além disso, o aumento na distância das granjas em relação ao estuário da Laguna do Peixe diminui o risco para ND (PR=0,94; 95% IC: 0,90 – 0,99). Já para MG, foram considerados fatores de risco a prática de confinar as aves (PR = 3,40, 95% IC: 1,93 – 5,99) e a interação entre a “troca de aves ou ovos com outros produtores e vizinhos possuírem aves” (PR = 2,16, 95% IC: 1,24 – 3,76). Nas simulações da modelagem matemática de espalhamento de HPAIV na região, a maioria das propriedades se tornaria infectada até o 30º dia de infecção. Além disso, na média das simulações, a infecção atingiria em torno de 80 a 90% das propriedades, alcançando até 30 km de distância do caso índice. Os resultados indicam a circulação de patógenos associados a aves migratórias na região do PNLP. Devido à detecção destes nas aves de subsistência, estas podem ser consideradas sentinelas destes agentes na região. Além disso, os dados obtidos incrementam o conhecimento sobre o espalhamento e a dinâmica dessas doenças em propriedades com aves de subsistência, bem como sobre os indicadores de risco para ocorrência. Estes dados podem ser utilizados para o estabelecimento de medidas de biossegurança e de manejo adequados para este tipo de criação e de programas de monitoria visando à contenção da disseminação de patógenos. |