O Cinturão Araguaia na região de Xambioá (TO) - São Geraldo do Araguaia: geometria, cinemática e aspectos litológicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1993
Autor(a) principal: SANTOS, Raimundo Oliver Brasil dos lattes
Orientador(a): COSTA, João Batista Sena lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14924
Resumo: O segmento norte do cinturão Araguaia, nas imediacões das cidades de Xambioá e São Geraldo do Araguaia, é constituído principalmente por rochas supracrustais do Grupo Estrondo, além de gnaisses do Complexo Colméia, expostos nos núcleos das estruturas do Lontra e Xambioá, expostos nos núcleos das estruturas do Lontra e Xambioá, e de rochas do Grupo Pequizeiro, as quais compõem uma estreita faixa no extremo oeste da área. Considerando a geometria e a natureza das estruturas maiores bem como a complexidade do quadro estrutural, a área foi dividida em 5 (cinco) setores. De acordo com esse quadro, deduziu-se que o arranjo geométrico macro corresponde a um sistema imbricado de empurrões dúcteis, sobressaíndo-se raras feições do tipo "nappe'. Destacam-se ainda as estruturas branquianticlinais, decorrentes da propagação de uma segunda geração de empurrões; dobras holomórficas relacionadas aos empurrões tardios, ou a transpressão entre sistemas transcorrentes; e zonas de cisalhamento transcorrentes, interpretadas como rampas laterais. A nível mesoscópico as estruturas são representadas pela foliação milonítica, pela lineação de estiramento, por dobras de estilos diversos e pela clivagem de crenulação. Por outro lado, a análise de lâminas delgadas revelou microestruturas tais como: porfiroclastos e porfiroblastos assimétricos com sombras de pressão; "ribbons" de quartzo; arranjos S-C, maclas tectônicas em cristais de feldspato; feições pisciformes; agregados quartzo-feldspáticos sob a forma de lentes; microbandamentos; e feições de recuperação. Em termos tectônicos, foram caracterizados quatro movimentos principais na progressão da deformação cisalhante: o primeiro relaciona-se a intensa imbricação dos corpos rochosos decorrentes da propagação de cavalgamentos dúcteis, os quais devem ter sido acompanhados pela individualização das rampas laterais; o segundo está associado ao soerguimento de lascas do embasamento, impondo dobras quilométricas nos arranjos iniciais, devido à uma segunda geração de cavalgamentos que não afetou os pacotes mais superiores. Neste momento admite-se que houve movimentação expressiva ao longo das rampas laterais; o terceiro refere-se a rotação das megadobras, preferencialmente na parte central da área, em função da intensificação dos movimentos nas rampas laterais; e o quarto corresponde a imbricação que se superpôs ao arranjo geométrico criado por essas rampas laterais. A evolução tectônica como aqui entendida, desenvolveu-se de acordo com o processo de colisão oblíqua de massas continentais, com transportes preferencial das unidades de rochas de SE para NW. Finalmente, um regime rúptil é registrado através de sistemas de falhas e fraturas que estão associados aos eventos extensionais do Paleozóico e do Mesozóico e, em parte, ao quadro neotectônico.