O flagelado é o flagelo? Migração cearense e epidemias de varíola em Belém (1877-1915)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: SILVA, Julia Rafaela Silva da lattes
Orientador(a): VIEIRA JÚNIOR, Antonio Otaviano lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/16410
Resumo: Esta pesquisa pretende analisar criticamente a relação entre a migração cearense e as epidemias de varíola em Belém a partir da segunda metade do século XIX até o início do século XX. O estudo objetiva relativizar o discurso das autoridades médicas e imprensa acerca do tema, procurando desvelar as razões que levaram esses sujeitos a responsabilizar os cearenses pelas epidemias de varíola. A fragilidade dessas acusações, carentes de fundamentação, é o ponto de partida para buscar compreender a relação dos migrantes cearenses com as epidemias de varíola que ocorreram na Belém da Belle Époque. O interesse pelo tema começou com a percepção de que há um certo consenso envolvendo os discursos produzidos sobre o assunto, verificando-se grande sintonia nas falas dos governantes, médicos e imprensa. Essa sintonia encontrou eco na produção historiográfica que abordou as epidemias de varíola em Belém da segunda metade do século XIX ao início do século XX, pois, como mostraremos a seguir, a tese apresentada por Arthur Vianna no início do século XX prosperou como abordagem da questão, tornando-se lugar comum explicar a origem das epidemias de varíola em Belém, naquele contexto, como produto da migração cearense. O objetivo principal proposto aqui será mostrar o discurso das autoridades governamentais, dos médicos e da imprensa em relação ao assunto, buscar compreender a fundamentação destes e os possíveis questionamentos que podem ser feitos ao posicionamento destes sujeitos. O tema, desde Vianna não foi devidamente enfrentado pela historiografia, merecendo, portanto, a devida atenção e dedicação investigativa.