Simulação da resposta hidrológica à mudanças de uso e cobertura da terra em uma bacia hidrográfica no leste da Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: FERREIRA JÚNIOR, Pedro Pereira lattes
Orientador(a): SOUSA, Adriano Marlisom Leão de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Museu Paraense Emílio Goeldi
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11004
Resumo: A perda de vegetação na Amazônia vem ocorrendo há algumas décadas e o crescimento das taxas de desflorestamento anual é perceptível. A expansão agrícola é apontada como novo agente nessa dinâmica pela derrubada da vegetação para a pecuária e implantação posterior de agricultura mecanizada. Este trabalho explorou as relações potenciais entre a variabilidade hidrológica e a organização da paisagem na Bacia Hidrográfica do Rio Uraim, no Nordeste do Pará. Os possíveis efeitos das mudanças de uso e cobertura da terra sobre a vazão foram investigados a partir da modelagem hidrológica do Soil and Water Assessment Tool (SWAT) combinada às projeções de cenários futuros gerados pelo Conversion of Land Use and its Effects at Small Region Extent (CLUE-S), ainda, avaliou-se a eficiência do SWAT em simular a vazão mensal quando alimentado por evapotranspiração (ET) do Surface Energy Balance Algorithm for Land (SEBAL). Os resultados mostraram a boa capacidade do SEBAL em estimar a ET sob diferentes usos e coberturas da terra identificados na bacia. O algoritmo apresentou superestimativas, mas boa precisão com os valores obtidos em campo, tendo maior acurácia no período menos chuvoso e quando utilizadas imagens médias de oito dias do MODIS. As simulações de vazão pelo SWAT foram melhores quando aplicadas as estimativas de ET pelo SEBAL, ratificadas pela diminuição dos erros absolutos e relativos e pela calibração eficiente dos parâmetros mais sensíveis. As modelagens foram consideradas de boa a muito boa conforme os coeficientes NSE, RSR e PBIAS encontrados. Quase todas as variáveis utilizadas na modelagem do CLUE-S foram forçantes de mudança de uso e cobertura da terra, principalmente os parâmetros biofísicos. Os cenários projetados indicam expansão agrícola para o setor noroeste da bacia e maior concentração na porção sudoeste. Até 2034, a agricultura aumentará sua área em 93,2 km2, correspondendo a 13,4% do total da bacia, o que aponta para uma redução de 34,4% na vazão da estação menos chuvosa e aumento de 38,6% na vazão da estação chuvosa. Os resultados sugerem que a mudança climática pode ter desempenhado um papel mais pronunciado no regime hidrológico do que a própria mudança no uso da terra projetada pelo CLUE-S. Pretende-se, assim, oferecer subsídios para o monitoramento ambiental, informando a respeito de intervenções necessárias, balizando as tomadas de decisão no que tange o uso sustentável dos recursos hídricos.