Mudanças na cobertura da terra e alterações na resposta hidrológica de bacias hidrográficas na Amazônia
Ano de defesa: | 2006 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Ciências de Florestas Tropicais - CFT
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/4950 http://lattes.cnpq.br/5623625148804473 |
Resumo: | Objetivando avaliar os impactos hidrológicos do desflorestamento, foram realizados três estudos em escalas distintas. No primeiro deles as macrobacias da Amazônia foram delimitadas e foram quantificados o desflorestamento e áreas protegidas em cada uma delas; No segundo foram realizadas análises em séries históricas de vazão e precipitação das macrobacias com maiores níveis de desflorestamento; O terceiro foi realizado em micro escala, onde duas microbacias com floresta e pastagem foram instrumentadas em um estudo hidrológico comparativo. As macrobacias com maiores áreas desflorestadas foram às bacias dos rios Madeira, Tapajós e Xingu (113350, 94670 e 68117 Km^ desflorestados respectivamente). As mesmas bacias apresentaram as maiores taxas anuais de desflorestamento nos anos de 2001 a 2004, sendo atingidas predominantemente suas cabeceiras de drenagem. Análises de tendência em séries históricas de vazão em 30 sub-bacias dessas três macrobacias não indicaram sinais de aumento, apenas de redução em 40% das estações analisadas. Embora o desflorestamento abranja até 60% da área drenada pelas sub-bacias, com base nos testes estatísticos utilizados não foram detectadas alterações no regime hidrológico. A análise das séries de precipitação mostrou padrão semelhante ao observado na vazão com 40% de redução. A regressão entre as magnitudes anuais de tendência na vazão e precipitação indicou que a redução na vazão é explicada pela redução na precipitação (R^=0,45; p=0,006), evidenciando que em grandes bacias, mesmo com elevados níveis de desflorestamento, as mudanças de vazão são explicadas pelas mudanças sazonais do clima e não por possíveis impactos do uso da terra. Apesar da dificuldade na detecção de alterações hidrológicas relacionadas a mudanças na cobertura da terra em grandes bacias, em microbacias elas são evidentes. Embora a precipitação tenha sido semelhante, com apenas 20 mm de diferença no período analisado, foram observadas alterações significativas nos componentes do balanço hídrico. A evapotranspiração foi 1,1 mm.dia"^ inferior na pastagem, a vazão e o armazenamento foram respectivamente de 0,98 mm.dia" e 0,25 mm.dia'^ superiores na pastagem. A produção de escoamento direto na floresta foi de 15,28% da vazão enquanto na pastagem foi de 26,47%, sendo o coeficiente de escoamento (relação Q/P) de 0,17 e 0,32 para floresta e pastagem respectivamente. A análise de eventos isolados de precipitação e vazão indicou diferenças significativas na velocidade de resposta à precipitação entre as microbacias com floresta e pastagem. As curvas de permanência demonstraram maior irregularidade na distribuição sazonal dos componentes do deflúvio na pastagem. Apesar de consumir grande parte da água via evapotranspiração, a floresta detém importantes funções ecológicas no equilíbrio dos fluxos hidrológicos. Por outro lado, a remoção de floresta tem impactos significativos na capacidade de regularização das bacias, seja amortecendo as periódicas enchentes, seja na regularização do fluxo de base na estação seca. Este e outros estudos em microbacias sugerem que, as extensas áreas que vem sendo desflorestadas nas regiões de cabeceiras de drenagem das bacias dos rios Madeira, Tapajós e Xingu apresentam alterações hidrológicas em escala local, porém elas parecem ser diluídas com o aumento da área drenada pela bacia. |