Estudo geocronológico e de geoquímica isotópica da área Pojuca (Província Mineral de Carajás - PA)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1996
Autor(a) principal: SOUZA, Sandro Rogério Balieiro de lattes
Orientador(a): MACAMBIRA, Moacir José Buenano lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/15117
Resumo: A área Pojuca, localizada na porção norte da Província Mineral de Carajás (sudeste do Estado do Pará – Brasil), apresenta unidades arqueanas como: seqüências metavulcano-sedimentares do Grupo Igarapé Pojuca, com importantes depósitos de Cu (Au, Ag, Mo); granitóides deformados (Granito Deformado Itacaiúnas); rochas sedimentares da Formação Águas Claras; e diques metagabróicos. O Granito Pojuca é um corpo Proterozóico intrusivo nas rochas arqueanas. Estudos geocronológicos e de geoquímica isotópica foram desenvolvidos nestas litologias utilizando-se os métodos Pb-Pb por evaporação em zircão, Pb-Pb em rocha total e fesdspato e Rb-Sr em rocha total e minerais (todos os resultados calculados com desvios de 2σ). Nas metavulcânicas do Grupo Igarapé Pojuca observou-se dois tipos distintos de zircão (metamíticos e não metamíticos). Os zircões metamíticos apresentam alta contaminação de Pb estranho, possivelmente provocada pela ação de fluidos hidrotermais durante eventos térmicos (metamorfismo regional arqueano, intrusões do Granito Deformado Itacaiúnas e do Granito Pojuca). Os zircões não metamíticos não mostraram quantidade de Pb detectáveis pelo espectrômetro de massa. As análises efetuadas pelo método Pb-Pb em rocha total e feldspatos não forneceram bons resultados em consequência da dispersão dos pontos analíticos no gráfico 206Pb/204Pb vs. 207Pb/204Pb. No entanto os valores das razões Th/U (2,5) indicaram para as rochas metavulcânicas uma fonte mantélica. O método Pb-Pb por evaporação em zircão foi aplicado com sucesso no Granito Deformado Itacaiúnas, obtendo-se uma idade de 2560 ± 37 Ma, interpretada como a idade mínima de cristalização dessas rochas. Confirmando para esse corpo uma idade arqueana próxima da obtida anteriormente pelo método Rb-Sr em rocha total (2480 ± 40 Ma), sendo a mesma correlacionada à idade do Granito Antigo Salobo (2573 ± 2 Ma, U-Pb em zircão). As análises pelo método Pb-Pb em rocha total e feldspatos não forneceram bons resultados no Granito Deformado Itacaiúnas. As idades obtidas (1597 ± 13 Ma e 2215 ± 86 Ma), indicam uma perturbação do sistema isotópico do Pb, causada possivelmente pela intrusão do Granito Pojuca. Este mesmo evento afetou e rehomogeneizou, em escala dos minerais, o sistema Rb-Sr deste corpo, como indica a idade Rb-Sr em rocha total e minerais (1810 ± 57 Ma). No Granito Pojuca apenas um zircão possibilitou obter uma idade de 1873 ± 59 Ma, similar à idade U-Pb em zircão anteriormente obtida (1874 ± 2 Ma). Pelo método Pb-Pb em rocha total e minerais obteve-se para o Granito Pojuca a idade de 1856 ± 23 Ma, interpretada igualmente como a idade de cristalização do corpo. O valor de µ = 10,5 ± 0,32, bem como as altas razões 206Pb/204Pb, 207Pb/204Pb e 208Pb/204Pb, indicam fonte crustal para o magma granítico. Os zircões das rochas metagabróicas (diques) apresentam-se petrograficamente semelhantes aos zircões metamícticos das rochas vulcânicas. Não sendo possível obter-se resultados geocronológicos satisfatórios. Nas rochas analisadas pelo método Pb-Pb em rocha total e feldspatos da área Pojuca verificou-se razões 206Pb/204Pb, 207Pb/204Pb e 208Pb/204Pb bastantes elevadas. No Granito Deformado Itacaiúnas e no Granito Pojuca essas razões são interpretadas como produto do enriquecimento dos magmas-fonte desses granitos nos elementos U e Th. Nas rochas metavulcânicas acredita-se que as altas razões refletem uma contaminação isotópica devido a fluidos hidrotermais associados com as intrusões do Granito Deformado Itacaiúnas e do Granito Pojuca. Lançando-se as razões isotópicas do Pb nos diagramas de discriminação 206Pb/204Pb vs. 208Pb/204Pb, 204Pb/206Pb vs. 207Pb/206Pb e 204Pb/206Pb vs. 208Pb/206Pb, nota-se que cada unidade estudada ocupa um domínio diferente. Contudo observa-se uma ligeira superposição entre os campos definidos pelas razões isotópicas das rochas metavulcânicas e do Granito Pojuca, podendo indicar uma contaminação das rochas metavulcânicas pelo granito.