Os espectadores: história, sociabilidade e cinema em Belém do Pará na década de 1950

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: CARNEIRO, Eva Dayna Felix lattes
Orientador(a): FIGUEIREDO, Aldrin Moura de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História Social da Amazônia
Departamento: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8268
Resumo: As sociabilidades constituídas por meio das reuniões promovidas pelo cineclube, às longas conversas versando sobre a crítica de cinema ou a respeito de livros de referência, a convivência nas redações de jornais e revistas favoreceram a vivência de momentos marcantes comuns, com potencial para produzir significados, impressos de forma indelével em suas condutas e em suas percepções sobre a arte e a vida. A convivência implicava no contato com uma série de referências e modelos próprios da análise cinematográfica, e que surtirão efeitos na produção escrita daqueles que compartilhavam desse ritual cinéfilo. Os Espectadores dialogavam com aquilo que estava sendo lido e discutido em agremiações com características similares em diferentes regiões do país. Uma geração cinematográfica oriunda em sua maioria dos meios universitários, e que também estava localizada historicamente. Em um momento em que se vivia a plena profusão da cinefilia brasileira, temas caros como o da qualidade do cinema nacional, bem como as preocupações quanto a uma educação do olhar, montagem e neorrealismo italiano, também despertavam o interesse dos cineclubistas do Norte. Que da Belém dos anos de 1950, sofriam as mazelas de não dispor de uma estrutura que permitisse maior autonomia tanto da Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo, quanto do circuito exibidor comercial. Os membros do primeiro cineclube de Belém estavam ligados também pelo partilhamento de uma rede de significados, que antes da visualização das imagens já estava posto, lançando assim um olhar que sofria interferências de uma série de símbolos e significados, bem como de uma noção particular de arte e estética. Maneira de ver que por seu turno, também será influenciada por elementos integrantes do universo de significações característicos ao cinema, seguindo para isso um fluxo dinâmico em que tanto o cinema influencia na escrita, quanto o olhar sobre o filme é influenciado pela formação intelectual. As aproximações com a literatura, presente no primeiro cineclube de Belém, conduzem a reflexões sobre a forma como seus membros mediavam relações entre cinema e a construção literária.