Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Gomes, Erika Ravena Batista |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/125339
|
Resumo: |
Embora o uso de drogas esteja presente nas sociedades desde os tempos mais remotos, na contemporaneidade as relações do indivíduo com as substâncias psicoativas e a forma como o social as julga tornou esta realidade um fenômeno complexo, multifatorial e polêmico. Atualmente, o consumo de substâncias psicoativas e os problemas dele decorrentes são vistos como democráticos, comum aos diferentes gêneros, faixas etárias, classes econômicas e grupos sociais. Atenta a esta comunicação entre drogas e gênero, tão nítida nas vivências, mas velada em tantos discursos e práticas, emergiu a pergunta: como as questões de gênero se relacionam com a dependência química em mulheres? Uma pesquisa que buscasse compreender esse questionamento justifica-se pela necessidade da ciência de acompanhar a evolução dos fenômenos sociais e dos estilos de vida que afetam a saúde da população. Buscou-se compreender a relação entre questões de gênero e dependência química partindo da percepção de mulheres que buscaram acompanhamento em saúde por adicção. Trata-se de uma pesquisa descritiva, de campo, de abordagem qualitativa do problema, com coleta de dados através de entrevistas realizadas pelo aplicativo whatsapp mensager, utilizando roteiro semiestruturado previamente elaborado. Como participantes, o estudo contou com 8 mulheres dependentes de substâncias psicoativas licitas e ilícitas, que buscaram tratamento em saúde motivado pela adicção nos últimos 12 meses. Estas foram acessadas a partir de indicação de profissionais de saúde vinculados à Atenção Básica e ao CAPSad do município de Picos-PI. A análise das entrevistas seguiu o passo a passo da análise de conteúdo de Bardin, e os resultados foram interpretados à luz das teorias de gênero e dos estudos sobre dependência química utilizados na construção teórica desse estudo. Foram apresentados em três categorias temáticas: Percepção de si; Percepção da droga e Percepção da sociedade, que emergiram dos conteúdos verbalizados pelas mulheres, e discutem suas compreensões sobre esses aspectos. Os resultados demonstram que as questões de gênero marcam fortemente as percepções femininas de si, da forma como os papéis de mulher são ou não exercidos no movimento da dependência química, e de como a sociedade valida seus comportamentos. As mulheres adictas sofrem mais pressões familiares para o abandono do uso, ao tempo em que nem sempre essa cobrança vem acompanhada de apoio; sentem-se mais julgadas e estigmatizadas pelos seus comportamentos do que os homens; e algumas reconhecem riscos diferenciados por conta do gênero, o que singulariza a relação mulher e droga. Às mulheres, ficam reservados estigmas peculiares, que as associam a comportamentos inadequados, abandono da família e da sua casa, prostituição, vergonha, falta de moral, e que se somam às vulnerabilidades as quais elas já estão expostas pelo simples fato de serem mulheres e pelo exercício do poder masculino, potencializando os riscos de serem violentadas e mortas. Preocupa o quanto as vidas das mulheres ainda são conduzidas por essas expectativas sociais, e principalmente, o quanto esses padrões perpetuam exclusões e condenam muitas mulheres a sofrimentos e adoecimentos. |