Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Gomes, Erika Ravena Batista |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/590680
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Resumo: |
A dependência química figura como um relevante problema de saúde pública na atualidade. Trata-se de um fenômeno complexo e abrangente, enxergado e vivenciado de formas diferentes por homens e mulheres, especialmente em virtude das repercussões que trazem, singularizadas pelas construções sociais que prevalecem sobre cada gênero. No tema e no campo, pesquisar a realidade de mulheres adictas justifica-se pela necessidade de compreender de forma crítica o lugar social e as consequentes cobranças de papéis que a elas são reservados, a fim de evidenciar suas necessidades, desafios e potenciais. Destacando a maternidade como uma das construções mais afetadas pela intersecção com o uso de drogas, que repercute nos âmbitos pessoal, relacional, familiar, cultural, social e até institucional, na leitura e na potência dos conflitos consequentes dessa relação, questiona-se nesta pesquisa: "Como as maternidades são vivenciadas por mulheres com dependência química?" Na busca de responder a tal problemática, a partir da perspectiva das ciências sociais em saúde, o objetivo geral proposto buscou analisar as vivências da(s) maternidade(s) a partir de histórias de vida de mulheres com dependência química no município de Picos-PI. Os objetivos específicos foram: descrever experiências e desafios da maternagem no contexto de mulheres com adicção; conhecer as percepções de mulheres mães com dependência química sobre a maternidade; e compreender as percepções de mulheres com dependência química acerca do(s) relacionamento(s) com seu(s) filhos(s) e filha(s). Para alcançar tais objetivos, como caminho metodológico, optou-se pela realização de uma pesquisa de campo, compreensiva, de abordagem qualitativa, onde 7 mulheres mães, acessadas no CAPSad e selecionadas por amostragem em bola de neve, participaram de entrevistas narrativas individuais conduzidas pela pesquisadora, em que compartilharam suas histórias de vida em resposta a uma pergunta gerativa. A coleta de dados, assim como todo o estudo, seguiu rigorosamente os cuidados éticos necessários, dispondo de aprovação em Comitê de Ética e Pesquisa e fazendo o uso de Termo de consentimento Livre e Esclarecido. Os encontros, agendados e ocorridos na própria instituição, em sala reservada e apropriada, foram gravados, posteriormente transcritos e, das contações femininas, emergiram três categorias temáticas para análise, pautada na análise de conteúdo de Bardin, intituladas: Experiências no contexto de mulheres com adicção: o desafio das maternidades "impossíveis"; Percepções, estereótipos de gênero e experiências maternas de mulheres com adicção; e As mulheres mães adictas e o relacionamento com seu(s) filho(s) e filhas(s). Estas foram interpretadas à luz das teorias de gênero e de temáticas correlacionadas a maternidades no contexto da dependência química, destacando os lugares e identidades interseccionais das mulheres participantes para a real compreensão de seus cenários. Os desafios de ser mãe com adicção extrapolam as dificuldades do exercício da maternagem. Perpassam o enfrentamento dos poderes patriarcais em exercício e as cobranças por ser mulher; das tentativas de aniquilamento de suas existências por questões de cor; de estigmas sociais e internalizados consequentes da adicção; da luta pelo controle do uso das drogas; da relação com as instituições e seus profissionais; do direito de serem legitimadas como mães de seus(uas) próprios(as) filhos(s); de compartilhar o maternar; de construir laços significativos de afeto com os(as) filhos(as). Acolher a história de vida de cada mulher mãe em sua singularidade e fazer o exercício crítico de evidenciar que muito do que as afeta é consequente do seu contexto econômico, histórico, social, patriarcal, cultural, familiar e de tantas outras vulnerabilidades é essencial para garantir as proteções necessárias para ela e para sua maternagem, que no lugar de vigiada e controlada deve ser apoiada. Palavras-chave: Gênero. Mulheres. Maternidades. Dependência química. Drogas. |