Coisa de menina e coisa de menino: uma análise do sexismo em crianças

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Vasconcelos, Lilían Calixto de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/126371
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo analisar o sexismo em crianças a partir da atribuição de papéis sociais de gênero. Embora combatido pelos movimentos feministas, pelos documentos regulatórios conquistados no campo jurídico e político, o sexismo ainda é muito presente nas sociedades e é um tema que deve ser debatido no intuito da constante busca da igualdade de gênero. Pesquisas realizadas com crianças apontam que a desigualdade entre gêneros pode surgir ainda na infância, principalmente em situações sociais com adultos. À medida que as crianças crescem, os estereótipos de gênero e os padrões de segregação desenvolvidos na infância passam a fazer parte da forma como serão construídas as futuras relações entre homens e mulheres.Esses estereótipos e relações, baseados na supremacia masculina, compõemo substrato psicológico que explica o preconceito dirigido às mulheres. Esse preconceito é denominado de sexismo e é dirigido a meninas e mulheres. A teoria do sexismo ambivalente descreve a existência de expressões de sexismo tidas como ambivalentes: hostil e benevolente.Deste modo, a presente pesquisa teve o intuito deidentificar os estereótipos de gênero atribuídos a personagens femininos e masculinos eanalisar o sexismo a partir das justificativas atribuídas aos papéis sociais de gênero. Assim, foi realizada uma pesquisa com 36 crianças de uma escola pública em Fortaleza, entre 8 e 10 anos. Os participantes responderam a umquestionário de caracterização da amostra, além de um questionário sobre atividades cotidianas de meninos, meninas, homens e mulheres. Na sequência, participantes da pesquisa responderam a uma entrevista semiestruturada. As entrevistas foram transcritas de modo integral e categorizadas a partir da análise de conteúdo. Os conteúdos foramdiscutidos à luz da teoria do Sexismo Ambivalente.Os questionários foram também analisados nessa perspectiva e discutidos à luz da literatura científica e de publicações midiáticas acerca dos temas. Os resultados indicaram que meninas e meninos entre 8 e 10 anosreproduzem padrões sexistas em relação a atividades domésticas, brincadeiras infantis e características comportamentais, ressaltando aqui a apresentação mais constante do sexismo benevolente.Os resultados encontrados corroboram as considerações teóricas sobre o sexismo ambivalente e sobre a importância dos processos de socialização na infância.Apontamtambém para a presença de estereótipos de gênero no discurso da criança, especialmente no que se referem a brincadeiras e expectativas na execução de trabalho e escolha de profissões. A presente pesquisafomenta reflexões que podem contribuir paramudanças relacionadas ao preconceito e à discriminação de gênero. Palavras-chave:Sexismo;Socialização;Crianças.