Estilo de vida de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Maciel, Mariza Araujo Marinho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/118059
Resumo: Introdução: O transtorno do espectro autista por estar associada a deficiência na área sociocomunicativa e comportamental, gera prejuízos na sua rotina e estilo de vida. Objetivo: Avaliar o estilo de vida de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Métodos: Estudo transversal e analítico, realizado em nove instituições de referência na abordagem de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na cidade de Fortaleza, CE, Brasil, desenvolvido entre janeiro e maio de 2018. Participaram 387 pais/mães ou responsáveis de crianças (5 a 9 anos) e adolescentes (10 a 18 anos) diagnosticados com TEA, independente de uma condição genética associada e do sexo. Utilizaram-se dois instrumentos de coleta. O primeiro questionário coletou variáveis sociodemográficas, clínicas, educacionais, alimentares, atividade física, atividades cotidianas e percepção de saúde. O segundo questionário classificou o nível de atividade física. Aplicou-se a análise bivariada pelo teste qui-quadrado de Pearson ou teste exato de Fisher, e a multivariada pelo regressão logística pelo programa SPSS, versão 20.0. Resultados: Do total, 62,4% (n=126) das crianças e 66,5% (n=123) dos adolescentes eram sedentários, e menos de 10% eram classificadas como ativas. As maiores dificuldades, para as crianças, foi a falta de tempo dos responsáveis (n=51; 40,5%) e, para os adolescentes, questões financeiras (n=35; 28,5%). Houve associação do sedentarismo ao tipo de residência, classe econômica, escolaridade paterna e uso de computador em ambos os públicos (p<0,05). Constatou-se que 85,6% (n=173) dos pais das crianças e 77,3% (n=143) dos pais dos adolescentes consideraram boa a saúde geral dos seus filhos. Maior proporção informou influência negativa do TEA (n=155; 76,7% - crianças e n=154; 83,2% - adolescentes) na saúde mental/emocional e positiva na saúde física (n=123; 60,9% - crianças e n=103; 55,7% - adolescentes). Verificou-se associação entre percepção de saúde com raça (OR=0,339), confraternização (OR=0,406), frequência escolar (OR=4,949), prematuridade (OR=5,767) e problemas associados (OR=0,212). A influência do TEA na percepção de saúde física mostrou relação com escolaridade paterna (OR=0,274), medicamento em uso (OR=0,248), prematuridade (OR=2,409 para criança e OR=2,686 para adolescentes), problemas associados (OR=0,298) e confraternização (OR=0,048). Na percepção de saúde mental/emocional, teve associação com medicamento em uso (OR=0,453). Foi constatado maior proporção de crianças (n=193; 95,5% crianças) e menor de adolescentes (n=123; 66,5% adolescentes), sendo que somente 30,1% (n=58) das crianças e 52,0% (n=64) dos adolescentes alfabetizadas. O despreparo das escolas foi tido com maior obstáculo para os pais. A prática de atividade física (OR=3,027; p=0,012) e a percepção dos pais sobre a saúde dos seus filhos (OR=0,395; p=0,011) mantiveram associação com a frequência escolar dos adolescentes. Conclusão: O estilo de vida das crianças e adolescentes com o transtorno do espectro autista (TEA) apresenta fragilidades, constatadas pelo elevado percentual de crianças e adolescentes sedentários, ou com nível de atividade física insuficiente, comprometimento da escolarização dos adolescentes em maior grau do que as crianças e influência negativa do TEA sobre a saúde mental e emocional. Apesar disso, os pais têm uma boa percepção de saúde geral dos seus filhos e acreditam que o TEA influencie de forma positiva na saúde física.