Atividade antiviral in vitro de plantas medicinais da flora cearense contra o vírus da dengue

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Barroso, Lana Karine Vasconcelos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/105058
Resumo: A dengue é uma doença infecciosa, tropical e de caráter endêmico a qual demanda inúmeros esforços visando sua prevenção e controle. A ausência de uma vacina disponível para a população, bem como um tratamento específico no combate ao vírus tem incentivado a realização de pesquisas buscando a verificação de produtos com atividade antiviral, destacando-se a utilização de produtos naturais. O presente estudo objetivou avaliar a atividade antiviral in vitro de plantas medicinais da flora cearense contra os sorotipos 2 e 3 do vírus da dengue. Na pesquisa foram utilizados extratos etanólicos de Acrocomia aculeata (Jacq.) Lood. ex Mart, Azadirachta indica A. Juss, Cajanus cajan (L.)Millsp., Caryocar coriaceum wittm, Mormodica charantia L., Plectranthus amboinicus (Lour.), Schinus terebinthifolius Raddi, e Ximenia americana L. e o óleo essencial de Eugenia jambolana (Lam.) e Vanillosmopsis arborea Baker (1000; 500; 250; 125; 62,5 e 31,25 ?g/mL). Nas fases iniciais foram realizados os testes de avaliação da citotoxicidade das amostras em células Vero. Em seguida, a triagem da atividade antiviral foi realizada com as amostras não citotóxicas e foram utilizadas três estratégias metodológicas (pré-tratamento, pós-tratamento e virucida), variando o momento do tratamento das células com as amostras (1000; 500 e 250 ?g/mL) em relação à infecção viral. Somente a Azadirachta indica (CC50 197,0 ?g/mL), Cajanus cajan (CC50 156,5 ?g/mL) e Caryocar coriaceum (CC50 199,4 ?g/mL) apresentaram potencial citotóxico. As demais plantas, mesmo na maior concentração testada (1000 ?g/mL), não exerceram citotoxicidade a pelo menos 50% da monocamada e foram utilizadas nas etapas seguintes da pesquisa. A triagem da atividade antiviral identificou que os extratos etanólicos de Acrocomia aculeata (Jacq.) Lood. ex Mart e Plectranthus amboinicus (Lour.) desenvolveram ação antiviral contra o DENV-2 em todas as técnicas de avaliação realizadas no presente estudo, fato este que pode estar relacionado à presença de taninos e flavonóides. O óleo essencial de Vanillosmopsis arborea Baker (candeeiro), rico em alfa-bisabolol, inibiu o vírus por meio de todas as técnicas de avaliação, exceto por prétratamento contra o DENV-3, sugerindo inibição viral nas fases iniciais e tardias do ciclo replicativo. Estas plantas aqui identificadas com potencial antiviral contra o vírus da dengue já foram estudadas em outras pesquisas as quais citaram suas ações antimicrobianas e antivirais. Os achados deste screening revelaram plantas promissoras na investigação de um fármaco antiviral contra o vírus da dengue, destacando-se os extratos etanólicos da Acrocomia aculeata (Jacq.) Lood. ex Mart, a macaúba; do Plectranthus amboinicus (Lour.), o malvariço, e do óleo essencial de Vanillosmopsis arborea Baker, o candeeiro. Sendo os dois últimos não tóxicos para células mamíferas e detendo potencial de inibição do vírus DENV em ambas as fases de replicação avaliadas, sugerindo a viabilidade de aprofundar as pesquisas quanto a sua atividadeantiviral e elucidação mais precisa do mecanismo de ação.