A condição ambigua na clínica psicológica: uma compreensão fenomenológica no locus do plantão psicológico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Rocha, Márcio Arthoni Souto da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/105446
Resumo: O plantão psicológico se mostra como uma possibilidade de superar limites que a psicoterapia possui, por atender a pessoa no momento mais próximo em que a experiência vivida de sofrimento aparece. O contato direto com a prática do plantão psicológico nos fez ver a real necessidade dos usuários desse serviço de serem escutados por um psicólogo, como uma forma de suporte para lidar com situações limites da vida. Destacamos seus antecedentes históricos, especialmente, o aconselhamento psicológico que era desenvolvido no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Percorremos a construção histórica do plantão em diversos contextos em que foi implantado, para apresentar suas características mais importantes. Na base teórica do Plantão encontra-se o pensamento de Carl Rogers. Ele aprimorou sua compreensão de clínica, saindo de um modelo de respostas conduzidas e treinadas que refletem as ideias e os sentimentos do cliente para o oferecimento de condições facilitadoras da mudança terapêutica. Para sustentar a visada epistemológica, utilizamos a fenomenologia ambígua de Merleau-Ponty que considera a imbricação do homem no mundo e a propõe como novo projeto ontológico. A noção de ambiguidade pode ser compreendida a partir dos vocábulos Carne (Chair) e Quiasma. A palavra Carne pode ser entendida como a indivisão do ser do corpo e do ser do mundo. O Quiasma designa o dentro e o fora articulados um ao outro. Ele é entrelaçamento e reversibilidade, capaz de superar as oposições da reflexão. Ambos enfatizam a mútua constituição do homem com o mundo. Esta pesquisa se propôs a investigar a condição ambígua da clínica psicológica, observada no lócus do plantão psicológico. Para este fim, consideramos necessário identificar a experiência vivida pelo paciente, compreender os vividos da experiência do plantonista e analisar a constituição desse serviço. Optamos por uma metodologia qualitativa, através da análise fenomenológica de conteúdos. Utilizamos entrevistas abertas para compreender a experiência que foi vivenciada nos atendimentos do plantão psicológico. Entrevistamos cinco psicólogos que atenderam no plantão psicológico, aos quais foram assegurados os aspectos éticos da pesquisa. Discutimos a análise dos resultados das entrevistas, onde reunimos os conteúdos em unidades de sentido em três unidades gerais que se desdobraram em outras onze subunidades de sentido específicas. A primeira unidade geral apresentou a experiência do paciente atendido no plantão psicológico que, em geral, está numa condição de crise em seu sofrimento. Na segunda, a experiência do plantonista que se encontra numa relação surpreendente com o plantão psicológico, com temores e admiração. Por fim, na terceira, analisamos o serviço de plantão psicológico, enquanto um processo que possui características próprias e sua relação com a psicoterapia. Com isso, foi possível compreender o Plantão como um lócus privilegiado da clínica psicológica que assume desenvolvimento próprio e pode contribuir significativamente com a Psicologia. Palavras-chave: Plantão Psicológico. Carl Rogers. Merleau-Ponty. Fenomenologia. Ambiguidade.