Adesão ao tratamento medicamentoso em portadores de esclerose múltipla

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Camara, Nair Assunta Antônia Corso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/98695
Resumo: A falta de adesão ao tratamento representa um problema de âmbito mundial por piorar os resultados terapêuticos, em especial em doenças crônicas, e aumentar os custos do sistema de saúde. Pouco se conhece sobre a magnitude da adesão ao tratamento com imunomodulador (IM) em portadores de esclerose múltipla. O objetivo desta dissertação é analisar a taxa de adesão ao tratamento medicamentoso e os fatores associados em portadores de esclerose múltipla, acompanhados em Centros de Referência do Estado do Ceará. Trata-se de um estudo transversal, com uma amostra de 188 portadores de esclerose múltipla que fazem uso de IM e que são acompanhados em Centros de Referência do Ceará. Os dados foram coletados por meio de entrevista, no período de março a julho de 2012. Utilizou-se a escala de Morisky de oito itens para avaliar a adesão. Os dados foram armazenados e analisados no SPSS -19. Para a análise de associação utilizou-se o teste Qui-quadrado. Considerou-se estatisticamente significante quando na associação entre as variáveis observou-se valor de p< 0,05. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade de Fortaleza, sob o parecer no 445/2011. As características predominantes dos portadores de EM foram: sexo feminino (75,5%), cor branca (84%), nível superior (52,7%), não trabalhavam (75,5%), casados (45,7%), pertenciam à classe B (39,4%), e a média do tempo de uso do medicamento foi de 60 meses. Não tinham dificuldades para adquirir (75,5%) e para fazer uso do medicamento (59,6%), percebiam benefícios com o uso do IM (55,3%), motivação intrínseca (77,1%), motivação extrínseca (88,3%), reações adversas (60,6%), contato com seu médico só no dia da consulta (59,9%), faltaram às consultas (50,5%) e receberam orientação sobre a doença (84,6%). Obteve-se uma taxa de adesão de 46%, e o esquecimento (64,3%) foi o principal motivo da não adesão. Os fatores que apresentaram significância estatística foram: a menor idade (OR=1,87; IC95%=1,41-3,39; p=0,04), o menor tempo de diagnóstico (OR=2,35; IC95%=1,10-5,01; p=0,027) e de tratamento (OR=2,0; IC95%=01-4,12; p=0,04), menor pontuação do EDSS (OR=2,34; IC95%=1,25-4,40; p<0 001), percepção dos benefícios com o tratamento (OR=4,51; IC 95%=2,31-8,89; p<0,001), motivação intrínseca (OR 9,62 IC 95%3,5-32,76; p<0,001) motivação extrínseca (OR=10,24; IC 95%2,34-92,30; p=0,002), ter contato com o médico por telefone e no dia da consulta (OR=0.52; IC95%= 0,29-0,94; p=0,032), não faltar às consultas de retorno (OR=0.52; IC95%=029-0,94;p=0,032) e receber orientações sobre a doença (OR=0,32; IC95%=012-0,79; p=0,014). O principal motivo que levou à falta de adesão foi o esquecimento. Entretanto, as variáveis relacionadas às características pessoais (percepção dos benefícios com o uso do IM, fatores intrínsecos e extrínsecos) à doença e aos profissionais de saúde tiveram mais força de associação com a adesão do que as variáveis relacionadas ao regime terapêutico e socioeconômico. O estudo concluiu que aproximadamente a metade do grupo apresentou adesão ao tratamento com o imunomodulador para controle da EM, além de ressaltar a importância dos fatores relacionados ao paciente na adesão ao tratamento com os IM na EM.