Relações intergeracionais em uma sociedade que envelhece: expectativas e atuação dos adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lima, Ana Ofélia Portela
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/129312
Resumo: O envelhecimento populacional é um fenômeno global, no qual praticamente todos os países estão experimentando esse crescimento no tamanho e na proporção de idosos. Portanto, é um fato que merece atenção, porque aumenta a probabilidade de convivência entre pessoas de idades distintas e cria a necessidade de planejar políticas e práticas sociais que favoreçam a participação dos idosos, aspecto central da cidadania. Assim, uma relação intergeracional é um ponto importante, pois, se por um lado essa relação traz consigo conflitos, de outra parte, é considerada ajuda mútua, uma vez que os idosos não são apenas cuidados e ajudados por seus componentes familiares, mas também cuidam e ajudam. OBJETIVO: Compreender, de acordo com a percepção dos adolescentes, os fatores intervenientes nas relações intergeracionais de adolescentes e idosos e os significados de suas implicações no convívio social, familiar e econômico. METODOLOGIA: O estudo envolveu métodos quantitativos e qualitativos. Foi realizado com 549 adolescentes estudantes da rede municipal de Fortaleza-CE, que estão cursando do 5º ao 9º ano, em seis escolas de ensino fundamental, sendo uma de cada distrito de educação. Os critérios de elegibilidade foram estudantes na faixa etária de dez a 19 anos, regularmente matriculados, que registrem frequência mínima de 75%, com participação integral da atividade proposta. A coleta de dados ocorreu de maio a setembro de 2022, por meio da aplicação de questionário e entrevista semiestruturada. Para a análise dos dados quantitativos, foi utilizado o software Statistical Package for Social Science SPSS versão 24.0 e os dados qualitativos foram descritos e organizados com suporte na Análise de Conteúdo, da lavra de Laurence Bardin (2011). RESULTADOS: Foram entrevistados 549 adolescentes, com idade de dez a 19 anos, média de 13,1 anos e desvio-padrão (DP) de ± 1,7 anos. Do total, 440 (80,15%) estavam na faixa etária de dez a 14 anos e 109 (19,85%) de 15 a 19 anos. A maioria dos estudantes (308;56,10%) era do sexo masculino, e 186 (33,8%) cursavam o 9º ano do Ensino Fundamental. Em relação à raça, prevaleceu a parda (333;60,70%), ao passo que a representação religiosa registrou 285 (51,91%), que se autodeclararam evangélicos. 183 (33,30%) informaram residir com o idoso, dos quais 92 (50,27%) eram do sexo feminino. Quando questionados como era a convivência com o idoso com quem moravam, 150 (81,97%) declararam que o idoso conversava muito, 124 (67,76%) que ensinava muitas coisas. Entrementes, 406 adolescentes (73,95%) afirmaram o fato de conviver com a pessoa idosa ser uma coisa boa, 387 (70,49%) conheciam muitas pessoas idosas, 392 (71,40%) expressaram que os idosos com quem conviviam eram os avós. Para 154 (28,1%), carinho, responsabilidade e respeito eram o que mais gostavam nos idosos; e 406 (73,95%) referiram que as pessoas mais velhas são capazes de contribuir para a sociedade. A Análise de Conteúdo favoreceu a definição de unidades temáticas, as quais coincidem com as três premissas do Interacionismo Simbólico. Conforme a primeira premissa, tencionou-se conhecer a participação no dia a dia de atividades do adolescente com o idoso; como o adolescente deve tratar o idoso; de que modo o idoso deve agir para ser saudável; e como o adolescente deve trabalhar para ajudar o idoso a ser saudável. Na segunda premissa, observaram-se, nas falas dos adolescentes nas unidades temáticas, o que significa envelhecer; o que é valorizado na relação da pessoa idosa com o adolescente; o que e como aprendeu sobre o envelhecimento. Na terceira premissa o processo interpretativo é identificado nas unidades temáticas Percepção de mudanças no comportamento do idoso e interpretação da sua relação com o idoso. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A realização deste estudo possibilitou a imersão no universo de adolescentes do Ensino Fundamental das Escolas Municipais de Fortaleza, propiciando a compreensão da relação intergeracional dos adolescentes e idosos. Assim, acredita-se que oferecerá subsídios proporcionando uma reflexão crítica por parte dos adolescentes que venham contribuir para a melhoria da relação intergeracional com o idoso. Palavras-chave: Idoso. Envelhecimento. Relação entre gerações. Adolescente.