Envelhecimento ativo: (uma) análise do discurso entre a política e a prática
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Economia Doméstica |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br//handle/123456789/29266 |
Resumo: | O processo de envelhecimento da população brasileira vem se dando em ritmo acelerado, o que repercute no aumento populacional expressivo dos indivíduos com 60 anos ou mais, bem como na longevidade. Ainda, o fenômeno do envelhecimento populacional brasileiro tem se dado em um contexto socialmente desigual e de pobreza, o que resulta, portanto, em uma grande pressão, sobretudo, para os setores de saúde e previdenciário. Dessa forma, esse cenário aciona novas demandas, dentre elas, o cuidado com a saúde, dado que a manutenção da saúde é um preditor de qualidade de vida. Logo, os governos e a sociedade têm envidados esforços no intuito de promover condições para que o envelhecimento aconteça com qualidade de vida. Assim, a Organização Mundial de Saúde (OMS) propôs o Envelhecimento Ativo – uma política de saúde, fundamentada na participação, segurança, saúde e aprendizado ao longo da vida. Aliás, tal política redimensiona o olhar para a velhice, ao configurar novos papéis para os indivíduos, comunidades, sociedade e governos. De um lado, essa perspectiva é pautada no envolvimento dos indivíduos em atividades promotoras de bem-estar físico, social e mental, durante todo o ciclo de vida, e, por outro lado, prevê a atuação dos governos na elaboração de políticas e/ou de programas que promovam o envelhecimento ativo. Entretanto, pouco se sabe como essa política tem sido efetivada pelos atores governamentais, comunidade e idosos. Diante do exposto, questionou-se: em que medida as dinâmicas da vida social das pessoas idosas, bem como as práticas dos gestores públicos, dialogam com a política do “envelhecimento ativo”? Esta tese teve como objetivo identificar políticas, ancoradas na abordagem do Envelhecimento Ativo, direcionadas à população de pessoas idosas, e analisar como essa perspectiva tem fundamentado as práticas decorrentes dessas políticas. Ademais, essa pesquisa foi estruturada em cinco capítulos e uma conclusão geral, inicia-se com a parte “Aspectos introdutórios”, que traz a apresentação do problema, a justificativa, o objetivo geral e os específicos, assim como o referencial teórico-metodológico e os procedimentos metodológicos, além das referências consultadas. Ainda, nos capítulos subsequentes apresentamos os artigos relacionados à discussão dos resultados da tese, os quais aparecem na seguinte ordem: “As práticas dos centros comunitários para idosos e a promoção do envelhecimento ativo: uma revisão sistemática”; “O discurso da velhice e do envelhecimento, do Centro de Convivência do Idoso de um município da Zona de Mata de Minas Gerais”; “Concepções e práticas de gestão relacionadas à política do envelhecimento ativo em um município da Zona da Mata Mineira” e “Saberes e práticas sobre a velhice na perspectiva das pessoas idosas do CCI”, que constituem o segundo, o terceiro, o quarto e o quinto capítulos, respectivamente. No primeiro artigo, uma revisão sistemática foi realizada de acordo com metodologia proposta pelo método Prisma, já os demais tiveram como suporte teórico- metodológico a Análise do Discurso de perspectiva francesa, especificamente, a Teoria semiolinguística de Patrick Charaudeau. Nesse sentido, o primeiro estudo evidenciou a importância dos centros comunitários de idosos na construção de uma velhice ativa e saudável, mas também revelou que a organização e as práticas desses espaços são pouco pesquisadas. No segundo artigo, foi examinada a atuação governamental com vistas à promoção do envelhecimento ativo a partir de um portfólio, assim identificamos que o documento contribui para a construção de um discurso em que o envelhecimento e a velhice são ressignificados por meio da socialização, oportunidades de aprendizado, prática do lazer, bem como atividades físicas e culturais distribuídas nas diversas oficinas ou espaços educativos. Verificou-se, ainda, que o portfólio também reitera um discurso pautado nos aspectos depreciativos relacionados ao indivíduo e ao processo de envelhecer, dessa maneira, recorre a outros discursos produzidos no cotidiano, que são fundamentados basicamente nos saberes de crença, nos quais acabam por refletir um conceito do envelhecimento que não considera o seu aspecto biopsicossocial e multifatorial. Além do mais, em relação às práticas dos gestores, o terceiro artigo apresenta as concepções e as práticas de gestores públicos no que tange à política do envelhecimento ativo, e foi percebido que os gestores compreendem a importância dos preceitos do EA, porém as suas práticas se apresentam distanciadas dessa concepção de envelhecimento. E, por fim, no quarto artigo apresentamos a não identificação dos sujeitos do estudo com a imagem construída sob o foco da dependência, inatividade e doença. Por conseguinte, registrou-se que essas pessoas são participativas, com relativa autonomia e independência, além de se perceberem saudáveis e satisfeitas com a própria vida. Então, infere-se que os modos de vida desses sujeitos são resultantes do acesso à saúde, das experiências educativas e participativas e daquelas voltadas à segurança. Palavras-chave: Envelhecimento ativo. Pessoa idosa. Modo de vida saudável. Qualidade de vida. Discurso espelho. |