A psicanálise frente aos impasses nas políticas públicas: entre bem-estar e mal-estar social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Marino, Adriana Simões
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-29012019-183801/
Resumo: O trabalho investiga as implicações do mal-estar nas políticas de bem-estar social a partir de uma articulação entre a psicanálise de orientação freudiano-lacaniana e as políticas públicas. Traz o prenúncio das incursões da psicanálise como política de saúde, ressaltando a alegoria freudiana do ouro e do cobre no cerne das discussões sobre uma psicanálise fora do setting tradicional e trabalha essa alegoria por meio da primeira e segunda tópicas freudianas. Em seguida, traz um percurso teórico e histórico sobre as políticas públicas, que culmina na hipótese de uma verdade recalcada, a saber, de uma insistência liberal-conservadora na política. A hipótese é trabalhada por meio de uma decifração sobre as tendências pulsionais inconscientes, o que permite apreender o fenômeno da reprodução daquilo que se pretende combater. Ao problematizar o lugar da psicanálise nas políticas públicas, considera uma confluência de impossíveis, na medida em que ambas encontram-se às voltas com o impossível da plena satisfação pública e privada. A teoria dos discursos e o reconhecimento dos engodos contidos em políticas que visam o bem-estar permitem diferenciar como cada uma dessas áreas trata seus impossíveis. A partir de uma torção discursiva, aponta para o risco do fenômeno da reprodução de condições estruturais na manutenção de um pernicioso status quo entrópico. Circunscreve a orientação ética, clínica e política da psicanálise e seu lugar nas políticas públicas, o que a permite funcionar como um contradispositivo no interior dos dispositivos de poder do Estado. Considera o lugar do não-todo na política e traz como exemplo uma política de saúde mental finlandesa, a fim de que a psicanálise não represente uma espécie de imparidade na civilização. Ressalta que, em diferentes políticas, serviços e programas, é possível localizar uma orientação contrária aos dispositivos de poder estatal que, paradoxalmente, pode ser mais eficaz, eficiente e satisfatória. Investiga se haveria uma forma de fazer política que seja condizente com a política da psicanálise e, por fim, aborda o tema da pesquisa pela perspectiva da revolução e da subversão como processos que orientam um psicanalista