As manifestações de junho de 2013, no Brasil: modos de subjetivação e as condições para uma resistência a partir da análise dos discursos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Andrade, Michel Renan Rodrigues de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/108727
Resumo: Em junho de 2013, no Brasil, se viu um acontecimento que se tornou um marco na recente história política da nova república do país. Uma multidão tomou conta das ruas das principais cidades do país reivindicando, em princípio, a revogação dos aumentos das passagens do transporte público, principalmente em São Paulo. Em seguida, as reivindicações passaram a ser sobre variados temas: melhora na saúde e educação pública, contra a corrupção, pelos direitos dos povos LGBTs, negros, indígenas etc. Com os diversos jornais e partidos políticos tentando apropriar significados e identidades às manifestações e aos manifestantes, produziu-se a motivação para este trabalho. Esta pesquisa teve por objetivo fazer um mergulho nos discursos produzidos pelos manifestantes para buscar nas suas formações e nos seus enunciados os meandros que possibilitam marcar esse acontecimento como algo incapaz de ser unido sobre uma identidade única, mas sim como a produção de condições de possibilidades para a constituição de uma outra relação de poder a partir do surgimento de novos modos de subjetivação. Assim, procuramos fazer um apanhado das pesquisas e textos ensaios sobre as manifestações, elencar e cruzar dados, debater os conceitos possíveis que pudessem envolver e sustentar nossa pesquisa ¿ chegando ao conceito de multidão -, destrinchar a ordem das formas de subjetivação contemporânea para, assim, termos uma base, aquilo que chamamos de solo concretizado a ser analisado. Pois é sob este solo que buscamos investigar as produções dos discursos e se o seu produto é uma formação da ordem das subjetividades e das condições dos substratos desse solo, ou se há um produto germinando, uma nova forma de subjetivação capaz de estabelecer uma resistência às forças que operam nas relações de poder. Assim, nos utilizamos do método da análise de discurso nos apropriando do método arquegenealógico foucaultiano, mas adaptando para uma análise de um acontecimento em vez de uma análise histórica. Concluímos que as manifestações de junho de 2013, no Brasil, devem ser observadas como um acontecimento de ruptura na nossa recém história, mas não estando completamente livre das investiduras do poder. Ela surge como uma forma de resistência, mas aos poucos o poder vai envolvendo-a e contendo seus avanços, fazendo com que a sua produção seja subjugada. Porém, de fato, as manifestações de junho de 2013 estabelecem condições para a produção de resistências capazes de reformular as relações de poder e produtoras de novos modos de subjetivação. Palavras-Chave: manifestações de junho de 2013; multidão; modos de subjetivação; discurso; enunciado