A questão do desenvolvimento na época do antropoceno no semiárido brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Farias, Lia Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/124028
Resumo: Este compilado de dois artigos tem como objetivo geral investigar como a busca pelo desenvolvimento influenciou a degradação socioambiental do semiárido nordestino brasileiro. A ideia de desenvolvimento que foi instaurada a partir de 1950 no Brasil pautou diversas formas de organização, consumo e relacionamento com a sociedade em geral e o meio ambiente. Para a ideologia hegemônica dominante, aspectos como progresso técnico e industrialização são alguns dos componentes que condicionam a possibilidade de desenvolvimento. Décadas depois da popularização desse termo, o planeta se encontra em um momento de alerta por causa da intensa degradação dos recursos naturais. O Antropoceno é um dos nomes mais difundidos para traduzir o momento geológico atual. Entre os motivos que levaram a este estado de coisas, a busca pelo progresso técnico a qualquer custo e o extrativismo são algumas das mais abordadas. Este processo pôde ser observado entre os anos de 1959 e 1969 no Nordeste, em seu processo de industrialização, fomentado pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste e pelo Grupo de Trabalho pelo Desenvolvimento do Nordeste. Esses órgãos promoveram ações de industrialização e combate às secas visando o desenvolvimento regional. No entanto, o Nordeste, até os dias atuais, ainda apresenta altos níveis de subdesenvolvimento. Por esse motivo, o desenvolvimento, como é conhecido, é criticado por vertentes dos estudos organizacionais que o consideram uma forma moderna de dominação e colonização. Por causa da crise ambiental e da econômica que afetam severamente as regiões mais pobres, as migrações por causa de fatores climáticos e socioeconômicos são esperadas em todo mundo. O Nordeste, em contrapartida, chegou a apresentar uma diminuição desses índices, redução que aconteceu simultaneamente à mudança de racionalidade que permeia a região, substituindo as práticas de combate à seca pela agroecológica ¿convivência com o semiárido¿. Por meio de duas pesquisas documentais, este estudo crítico promove uma análise das políticas do passado desenvolvimentista e as contrasta com as políticas colaborativas que, de certa forma, modificaram a situação até o presente. No primeiro estudo percebeu-se que a percepção do atraso econômico, que compreendia a maior parte da humanidade no período após a Segunda Guerra, foi essencial para mesclar as ideias de desenvolvimento e modernização inclusive no Nordeste do Brasil. A partir da análise dos documentos, o relatório do Grupo de Estudos do Desenvolvimento do Nordeste e os Planos Diretores da Sudene, foram encontrados elementos de colonização como a absorção do excedente populacional de áreas rurais. Além disto, foi destacado como práticas de caráter assistencialista tiveram efeitos sociais e ambientais. Entre as consequências abordadas pelo primeiro estudo está o êxodo rural, tema explorado no segundo artigo da coletânea. Neste artigo, após a análise dos dados, chegou-se à conclusão que iniciativas como a mobilização social visando o acesso a recursos hídricos e alimentares e à geração de renda são peças chave para que a migração do campo para a cidade seja reduzida, ainda que em um contexto de degradação ambiental e mudança climática. Palavras-chave: Desenvolvimento. Antropoceno. Semiárido. Migrações.