Avaliação da função cardiopulmonar de pacientes sobreviventes à COVID-19 em reabilitação ambulatorial.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: https://orcid.org/0000-0003-0858-076X lattes
Outros Autores: LIMA, Priscila Bezerra de
Orientador(a): SANTANA, Maxwell Barbosa de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Oeste do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Departamento: Instituto de Saúde Coletiva
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/705
Resumo: A COVID-19 é uma doença que eclodiu no final de 2019, na China, e se tornou pandêmica em março de 2020 até os dias atuais. Preocupa o fato da COVID-19 ser uma doença que causa, principalmente, alterações do sistema cardiorrespiratório com déficit da função muscular respiratória e da tolerância ao exercício, podendo levar a sequelas a longo prazo. Objetivo: avaliar a função cardiopulmonar de pacientes sobreviventes à COVID-19 em reabilitação ambulatorial no município de Santarém. Material e Método: Após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos, foi realizado um estudo analíticodescritivo, longitudinal prospectivo e quantitativo. As etapas da avaliação foram: entrevista através de questionário semiestruturado; espirometria; teste do degrau de seis minutos (TD6), além das escalas de dispneia (MRC), de medida de independência funcional (MIF) e de percepção subjetiva de esforço (Escala de Borg). As análises estatísticas foram feitas no software Microsoft Excel 2010 e no software R. Resultados e Discussão: A amostra foi composta por 30 pacientes pós-COVID-19 que realizaram tratamento fisioterapêutico ambulatorial. O sexo masculino foi prevalente (73%), a média de idade foi 53 ± 13 anos, 60% apresentaram a doença em sua forma grave. Avaliou-se que as comorbidades compensadamente controladas não são fatores de risco para a gravidade da doença. A manifestação clínica e a relevância de uma condição patológica podem ser heterogêneas: se a hipertensão era tratada ou não tratada; se o estágio da doença pulmonar crônica era apenas leve ou muito grave com baixos níveis de oxigênio no sangue, existem fatores de confusão a serem considerados. Os primeiros sintomas da doença não definiram nem apresentaram relação com o histórico de internação, tornando-se imprevisível a estabilidade do paciente durante o curso da doença. O comprometimento pulmonar através da tomografia de tórax e o histórico de internação geraram forte impacto com o suporte ventilatório utilizado, onde este último e o tempo de internação estavam diretamente relacionados à gravidade da doença. A espirometria como critério avaliativo para a reabilitação ambulatorial evidenciou distúrbios restritivos. As escalas de funcionalidade demonstraram grau leve da MRC, alterações cognitivas na categoria 6 da MIF. Quando avaliado o TD6, variáveis preditoras mostraram que a diminuição do desempenho no TD6 com o avançar da idade estão fortemente associados, uma vez que há a redução na capacidade física com o envelhecimento. Considerações finais: Nesta pesquisa, considerou-se que os pacientes buscaram realizar tratamento fisioterapêutico a nível ambulatorial de forma precoce, cerca de 2 meses após os primeiros sintomas da COVID-19, mas ainda assim apresentavam persistência de sintomas debilitantes, num período médio de 8 meses após o acometimento da COVID-19, todavia com melhora importante da etapa de morbidade da doença, inclusive após o uso de suporte ventilatório na terapêutica (principalmente não invasivo). Torna-se fundamental, a associação de testes de capacidade física às provas de função pulmonar, a fim de se manter o acompanhamento dos pacientes, bem como mensurar o impacto funcional a longo prazo. Logo, há a necessidade de acolher os sobreviventes das primeiras ondas, pois cada vez se fortalece a premissa da síndrome pós-COVID-19.