Impactos ambientais decorrentes da ocupação urbana – Bela Vista do Juá, Santarém - Pará, Região Amazônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: MELO, Sérgio Gouvêa de lattes
Orientador(a): SILVA, Júlio Tota da lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Oeste do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento
Departamento: Instituto de Biodiversidade e Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/1009
Resumo: Nesta pesquisa objetivou-se avaliar os principais impactos socioambientais associadas à ocupação irregular Bela Vista do Juá, no município de Santarém. Como forma de avaliar esses impactos, foram realizados levantamentos de dados primários juntos aos moradores e lideranças da ocupação; e secundários juntos a órgãos públicos, tais como: evolução da ocupação, infraestrutura, saneamento, energia elétrica, dentre outros aspectos sociais para o desenvolvimento do trabalho, e para a geração de um modelo ontológico. Como principais resultados podemos citar: expansão da área que se encontra consolidada, em grande parte por moradores que não possuíam domicílio próprio, inicialmente incentivados por pessoas ligadas a movimentos sociais, voltados para ocupações irregulares, com a finalidade de especulação, e gerando a remoção de grande parte da vegetação nativa, e a impermeabilização do solo. A ocupação desordenada causa alagamentos devido à falta de drenagem. Há alagamentos principalmente nas áreas de baixio, na Rodovia Fernando Guilhon e próximo ao fim da Rua da Alegria. Estas áreas por mapeamento topográfico e indicação dos moradores, são as zonas onde se concentram a maior parte dos alagamentos, e onde a qualidade da água dos poços foi de pior qualidade. Identificou-se altos níveis de nitrato e baixos teores de oxigênio dissolvido, relacionados a decomposição de matéria orgânica e esgoto. Além de efeitos negativos na qualidade da água subterrânea, a qualidade da água do lago do Juá também é afetada pela contaminação. O lago apresenta altos níveis de metais pesados, dos quais foram avaliados cadmio, chumbo, cobre. cromo, ferro, manganês, mercúrio, níquel e zinco. Maiores teores foram para ferro (1.549,64 mg kg-1) e mercúrio (0,40 mg kg-1), estando em desconformidade com as resoluções nº 420/2009 e 454/2012 do Conama, em específico, estes metais possuem grandes concentrações naturais no solo amazônico, e são liberados para o ambiente pelo processo de queimadas e desmatamento, que corroboram com a afirmação de que a ocupação gerou passivos ambientais ao meio ambiente. Essas ações como, desmatamento, impermeabilização do solo e construções feitas de materiais altamente reflexivos gerou na Ocupação do Juá uma ilha térmica de calor, com até 16 °C de diferença se comparada com as áreas florestadas, assemelhando-se a temperatura média das áreas centrais das cidades e um aumento médio de 6 °C entre 2013 a 2020. Com base no exposto, pode-se concluir que o processo de ocupação já está consolidado de forma irreversível, onde encontra-se em processo de anexação como um novo bairro do município. Como perspectivas futuras espera-se obter informações mais detalhadas deste processo para uma melhor adequação de ordenamento urbano e mitigação das alterações ambientais que afetam o clima, como por exemplo, o desenvolvimento de projetos de urbanização, engenharia de drenagem, arborização em pontos de ilhas de calor e o reflorestamento das áreas de APP para proteção do Lago contra a o carreamento de detritos das adjacências, sendo referência em futuras áreas de urbanização, e trazendo assim dignidade à essas populações.