“Felicidade? é quando a gente brinca": relações entre brincadeiras e o bem-estar subjetivo de crianças ribeirinhas em uma comunidade no Oeste do Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: BASGAL, Cleide da Silva lattes
Orientador(a): LEITE, Iani Dias Lauer lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Oeste do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Ambiente e Qualidade de Vida
Departamento: Centro de Formação Interdisciplinar – CFI
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/1219
Resumo: Este estudo objetivou analisar as implicações do brincar no bem-estar subjetivo de crianças ribeirinhas da região Oeste do Pará. O público-alvo da pesquisa foram crianças na faixa etária de 8 a 12 anos de idade, de uma comunidade ribeirinha do município de Santarém-PA. A coleta de dados da presente pesquisa se deu em dois momentos. Inicialmente foi realizada a aplicação dos instrumentos de análise quantitativa do bem-estar subjetivo, a Escala de Satisfação de Vida Global Infantil e a Escala Multidimensional de Satisfação de Vida para Crianças. Na segunda etapa foi realizada a mensuração qualitativa, por meio de uma entrevista semiestruturada referente ao conceito de felicidade. Concernente a caracterização do brincar, foram utilizados dois instrumentos: o desenho como ferramenta para a retratação dos espaços do brincar, em seguida foi executada entrevista semiestruturada, cujo roteiro abrangeu questionamentos sobre a caracterização dos locais desenhados e quais os tipos de brincadeiras realizadas nestes espaços. Para análise das escalas foi utilizada estatística descritiva por meio de médias, desviopadrão e percentis. As análises dos desenhos foram realizadas mediante tabelas de frequência e categorizados por tipos de brincadeiras; para os dados de voz, foi usada a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Os resultados indicam que a amostra em questão apresenta um elevado nível de satisfação global, com médias de 4,62 para ambos os sexos, valores próximos de 5, valor mais elevado do escore da escala. Com relação as análises por domínio, as maiores médias concentraram-se nos domínios escola (m=4,51; d.p=0.16), família (m=4,47; d.p=0,34) e amizade (m=4,20; d.p=0,42), sendo estes os domínios que mais influenciam no bem-estar subjetivo destas crianças. Os resultados encontrados nas medidas subjetivas reiteraram aqueles obtidos nas medidas objetivas, contudo, trouxeram como fator a mais, o brincar como sendo um componente importante no bem-estar subjetivo das crianças que vivem neste contexto. Quanto ao brincar em si, as análises indicaram predominância das brincadeiras entre pares, com preferência para ambientes externos, sendo estes caracterizados como “espaços de criança”, tendo em vista que embora sejam espaços não planejados para a brincadeira, são apropriados e utilizados pelas crianças para este fim. Além disso, as categorizações das brincadeiras indicam a prevalência de jogos de regras, de contingência física, de exercício sensório-motor e brincadeiras simbólicas ou imaginativas, sendo estes caraterizados por brincadeiras tradicionais. Estes resultados revelam a pluralidade cultural da região Norte que abrange contextos diversos, sendo necessário explorar as variáveis relacionadas ao bem-estar subjetivo infantil em diferentes grupos e o papel do brincar nesse bem-estar, um elemento que não está contemplado nos instrumentos quantitativos brasileiros que mensuram esse conceito. Portanto, aponta-se a necessidade de construção e adaptação de instrumentos que investiguem mais acuradamente o brincar enquanto integrante do bem-estar subjetivo infantil, para crianças que vivem em contextos diversos.