Turismo alternativo: esforços das pesquisas nas Américas e percepção de impactos ambientais em uma reserva extrativista (RESEX) do oeste paraense, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: MEDEIROS, Heloise Michelle Nunes
Orientador(a): OLIVEIRA JUNIOR, José Max Barbosa de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Oeste do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Ambiente e Qualidade de Vida
Departamento: Centro de Formação Interdisciplinar
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/122
Resumo: O turismo é altamente dependente dos recursos naturais e culturais, porém, em consequência da atratividade dos ambientes pode gerar impactos positivos e/ou negativos, no âmbito natural, cultural ou social. Em virtude das relações supracitadas, as atividades turísticas se especializam em segmentos como é o caso do turismo alternativo, mais consciente e responsável com os recursos naturais e a cultura de sua população local. Neste contexto, o objetivo geral desse trabalho foi realizar uma análise cienciométrica dos estudos com turismo alternativo no Continente americano, bem como analisar a percepção local de possíveis impactos ambientais em comunidades localizadas em uma Reserva Extrativista (RESEX) no Oeste paraense, Brasil. Para responder a esses objetivos a dissertação foi dividida em dois capítulos, que estão no formato de artigos. Capítulo 1: O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção científica dos estudos publicados sobre turismo alternativo e impactos ambientais no período de 1973 a 2017 no Continente americano, através de uma análise cienciométrica. O estudo foi desenvolvido através da busca de trabalhos nas bases de dados ISI Web of Knowledge, Scopus Database e Scielo. Foram tabulados 4.137 trabalhos. Existe uma correlação forte positiva entre o número de trabalhos e ano de publicação (r= 0,864; p < 0,001). América do Norte foi a região com o maior número de publicações (N= 2.225; 47,48%). Foi encontrada uma alta diversidade de periódicos que publicam trabalhos sobre turismo alternativo no continente americano (H’= 4.653), sendo Estudios y Perspectivas en Turismo (N=186; 15%) o periódico com maior número de publicações. O maior número de publicações aborda o segmento Ecoturismo (N=1.257; 30,12%). O maior número de trabalhos foi desenvolvido em ambientes terrestres (N=3156; 76%). Do total de publicações, apenas 19% (N=768) foram realizadas em áreas protegidas. As principais abordagens dos estudos foram impactos (N=595; 14,4%). Dentre os meios ambientais, o meio antrópico foi o mais estudado (N=2.826; 40%). Alteração na qualidade da água (17%) foi o componente impactado mais estudado. Existe diferença significativa entre o caráter dos impactos abordados nos trabalhos (F(3, 119) = 2.985; p= 0.034). Mesmo com tantos subconceitos é necessário desenvolver o turismo alternativo de maneira a respeitar o que a essência do segmento preceitua, como o desenvolvimento sustentável, com envolvimento e valorização das comunidades e tradições locais, incorporando-as ao setor econômico e promovendo a educação ambiental. Capítulo 2: O presente capítulo teve como objetivo identificar, considerando a percepção dos moradores, os possíveis impactos ambientais decorrentes do turismo alternativo em comunidades da RESEX Tapajós-Arapiuns, Pará, Brasil. A verificação dos impactos ambientais foi efetuada através de entrevistas semiestruturadas, com perguntas abertas e fechadas com 122 moradores de três comunidades da RESEX. A maioria (91,8%) dos informantes não sabe explicar o conceito de turismo alternativo (TA), no entanto, para 87,7% deles o TA não gera impactos negativos. Renda (53%) é a expressão mais frequente utilizada pelos moradores da RESEX para demonstrarem o que o turismo alternativo traz de impactos positivos. Para maioria dos entrevistados os turistas não influenciam na mudança de costumes local (74,6%), bem como, não identificam violência (94,3%) relacionada ao turismo. Por fim, 89,3% dos moradores afirmam que os turistas não poluem os ambientes. A pesquisa realizada nesta importante Unidade de Conservação merece a atenção de técnicos e pesquisadores acadêmicos, podendo dessa forma, fornecer subsídios a programas de gestão, no sentido de proporcionar um conjunto de bases reais para análise, interpretação e planejamento de espaços turísticos.