Atenção primária à saúde: práticas profissionais diferenciadas (Arapixuna, Santarém-Pa)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: FERNANDES, Franciane de Paula lattes
Orientador(a): NEVES, Delma Pessanha lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Oeste do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento
Departamento: Instituto de Biodiversidades e Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/82
Resumo: Pelo estudo, abordamos as condições de implementação dos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS), e por este ponto de vista, três associados temas se impuseram como eixos das problemáticas concernentes: (i) interdependência ou relação processual entre saúde e doença; (ii) recursos da medicina local, geralmente qualificada como medicina popular, (iii) as condições adversas do trabalho. Assim, emerge como objetivo geral: Compreender e refletir sobre a construção relacional do processo saúde e doença segundo a ótica dos profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS), na Estratégia Saúde da Família, em contexto de vida rural, na Região de Rios no Oeste do Pará. Para o aporte teórico deste estudo, valorizamos as contribuições teóricas e metodológicas de Barbara Starfield, Eugênio Mendes Villaça, Milton Santos. Trata-se de um estudo descritivo, transversal, fundamentado em abordagem qualitativa. Os dados qualitativos, foram tratados por meio de análise de conteúdo, segundo Bardin, 2011. Constatamos que a atenção terapêutica praticada em Arapixuna corresponde a um sincretismo comunitário, processos reflexivos que levam em conta as necessidades e realidades locais, tais como são coletivamente apreendidas. Há um modo compartilhado de refletir sobre a vida e os saberes populares entre comunitários. Supomos ser demonstrável que a cada discurso referente à interdependência saúde e doença, os profissionais colocam em questão o elo entre conhecimento empírico e científico, provenientes da instituição que representam, bem como vinculam essa relação processual ao bem-estar geral, avaliado em correspondência ao que supõe real e desejado nas condições objetivas ou cotidianas de vida .Verificamos, tal como preceituado na concepção do programa de saúde em apreço, que os profissionais contemplados ou participantes deste estudo são providos de conhecimentos e recursos da medicina popular, em boa parte reflexões próprias, construídas em referência à medicina ocidental. Há uma valoração medicinal da planta agregada à proposição divina e ao aspecto religioso, assim como a eficácia aprovada pela experiência do uso. Percebemos a integração reflexiva pela consideração à grande extensão territorial e fluvial, circunstâncias destacadas pelos entrevistados, tanto pelo que se sabe apropriado, como também pelos modos de vida condicionados ao ciclo da natureza, que condiciona a necessidade de transportes adequados, quase sempre impositivos de relativos altos custos financeiros para o acesso da população aos serviços de saúde. A construção do itinerário terapêutico concebido pelos comunitários não segue hierarquias, mas situacionais necessidades e abertura ou fechamento de alternativas. Impuseram-se então as reflexões: - fatores determinantes, dispositivos para atendimento da demanda e o protagonismo dos sujeitos em questão. Por fim, destacam-se as limitações, não sem antes considerar como a APS consegue praticar o que a ela compete. Por isso mesmo, a APS na região norte em sendo desenhada por portarias e normativas do Ministério da Saúde, a partir de especificidades formais-legais, incluindo os recursos financeiros, que são sempre limitados, deve se pautar em concepção ideária e prática que considere a valoração de profissionais com a incumbência de atender a tantas peculiaridades inerentes à população da região amazônica.