Avaliação dos níveis de mercúrio (Hg) total em peixes de igarapés da bacia do Rio Mamuru, Pará, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: https://orcid.org/0000-0001-9572-6098 lattes
Outros Autores: PIMENTEL, Diego Ramos
Orientador(a): PELEJA, José Reinaldo Pacheco
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Oeste do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais da Amazônia
Departamento: Instituto de Engenharia e Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/282
Resumo: Na região amazônica há uma lacuna sobre a dinâmica da contaminação por mercúrio em organismos aquáticos em ecossistemas de igarapés que drenam solos florestados de terra firme e que são independentes do pulso hidrológico dos grandes rios. Assim, este trabalho investigou a importância dos aspectos limnológicos na bioacumulação do mercúrio em peixes de dez igarapés naturais que integram a bacia do Rio Mamuru, no interflúvio Mamuru-Arapiuns. As coletas foram realizadas no mês de setembro de 2009. A espécie Characidium sp1 apresentou a maior concentração de Hg com (515,6 ng.g-1) e a espécie Carnegiella strigata a menor com (155 ng.g-1). A espécie Hyphessobrycon sp1 foi a mais frequente nos igarapés, sendo que o pH e oxigênio dissolvido foram os únicos parâmetros limnológicos que se correlacionaram positivamente com as concentrações de Hg total nesta. A maioria das espécies não apresentou coeficiente de bioacumulação de Hg total significativo tanto em função do peso corporal quanto em função do comprimento padrão. Em relação a esta última variável, Hyphessobrycon sp1, no igarapé Abiduina, foi a única espécie que evidenciou acumulação positiva de Hg total, sendo como a melhor bioindicadora de Hg total nos peixes para as microbacias estudadas. Em ordem crescente de importância as concentrações médias de Hg total, por hábito alimentar, independente de espécie e igarapé, estiveram assim distribuídas: herbívoro (202,8 ng.g.-1), carnívoro (236,5 ng.g.-1), onívoro (295,8 ng.g.-1), insetívoro geral (336,3 ng.g.-1), insetívoro alóctone (347,9 ng.g.-1), insetívoro autóctone (429,2 ng.g.-1). A importância dos insetos aquáticos como elo de transferência de mercúrio dos sedimentos dos igarapés para os níveis tróficos superiores como os peixes, ficou evidenciada. Os níveis de Hg total encontrados nos peixes dos igarapés remotos estudados no presente estudo reforçam a teoria da ocorrência natural deste elemento nos solos da região e sugere-se também que a ecotoxicologia do Hg nos peixes pode estar influenciando na estrutura destas comunidades aquáticas.