Bioacumulação de mercúrio em populações ribeirinhas da bacia do Rio Negro, AM - Brasil: influência de fatores ambientais, biológicos e temporais.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Balassa, Graziela Custodio
Orientador(a): Forsberg, Bruce Rider
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Biologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPI
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/13017
http://lattes.cnpq.br/7388483643960735
Resumo: As populações ribeirinhas que habitam as margens dos rios e lagos amazônicos utilizam o pescado como principal item alimentar e fonte de proteína em sua dieta, portanto são vulneráveis à contaminação mercurial. A alimentação é a principal via da entrada de Hg nos organismos, e quando estudada em conjunto com fatores abióticos e bióticos, pode contribuir para o entendimento de seu acúmulo ao longo da cadeia trófica. O objetivo deste estudo foi investigar a influência dos fatores ambientais pH, carbono orgânico dissolvido (COD), porcentagem de áreas alagáveis e solos hidromórficos na bacia sobre a bioacumulação de mercúrio total (THg) nos cabelos de populações ribeirinhas da bacia do rio Negro. Relações com peso, idade, sexo e aspectos do consumo de peixes por essas populações também foram investigados. Uma análise temporal dos níveis de THg foi realizada através da avaliação seqüencial de 12 cm do cabelo de uma mulher de cada comunidade. No total, foram coletadas amostras de cabelos de 50 pessoas residentes em 14 comunidades ribeirinhas. Medidas de pH e carbono orgânico dissolvido foram tomadas nos 14 tributários onde essas comunidades estão localizadas. A porcentagem de área alagável e de solos hidromórficos de cada bacia de drenagem a montante de cada comunidade foi estimada através de imagens de radar, mapas pedológicos e sistemas de informações geográficas (SIG). A concentração média de THg foi 23,92 µg/g e não foi afetada pelo peso, pela idade ou pelo sexo dos indivíduos. Os fatores ambientais analisados explicaram cerca da metade da variação de THg encontrada na população ribeirinha (r2= 0,497), com pH e COD melhor evidenciando essa variação. A avaliação temporal mostrou que existem diferenças significativas na concentração de THg nas diferentes sequências de cabelo (ANOVA: F11, 99= 2,1244; p= 0,025), onde os centímetros correspondentes aos meses de Novembro à Maio apresentaram valores mais altos de contaminação e os meses de Junho à Outubro valores mais baixos. A frequência de consumo de peixes herbívoros foi maior durante o período hidrológico correspondente à cheia e de peixes piscívoros e carnívoros durante a seca, apontando que a dieta e concentração de THg mudam ao longo do ciclo hidrológico.