O etnoconhecimento de mulheres ribeirinhas sobre plantas nas comunidades de Porto Novo e Cajutuba– Belterra, Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: SILVA, Elimary Elanne Santos da lattes
Orientador(a): OLIVEIRA, Patrícia Chaves de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Oeste do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais da Amazônia
Departamento: Instituto de Engenharia e Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/1749
Resumo: Os conhecimentos tradicionais das mulheres Amazônicas ribeirinhas sobre as plantas são extremamente diversificados, representando um rico acervo de saberes empíricos transmitidos ao longo de gerações. Esses conhecimentos são fundamentais para sua subsistência, sendo utilizados de diversas formas no cotidiano, como na alimentação, medicina, artesanato, práticas ritualísticas, construção. A Etnobotânica é a ciência que se dedica a documentar e estudar esses saberes tradicionais, com o objetivo de contribuir para a sua preservação e valorização. Com base nesse contexto, o presente trabalho teve como propósito investigar o etnoconhecimento das mulheres sobre plantas das comunidades ribeirinhas de Porto Novo e Cajutuba, localizadas em Belterra, Pará. As coordenadas geográficas dessas comunidades são Latitude 02º 38’ 11” sul e Longitude 54º 56’ 14” oeste. A pesquisa foi conduzida em cinco etapas distintas, permitindo uma abordagem abrangente e aprofundada do tema em questão.1) Apresentação da pesquisa para as lideranças comunitárias, onde foi assinado por estes o Termo de Anuência Prévia. 2) Entrevistas semiestruturas com 20 mulheres para coletar dados de etnoconhecimento de plantas. 3) Identificação taxonômica das plantas medicinais. 4) Cálculo das variáveis Etnobotânicas, frequência relativa de citação (FRC) e valor de uso (UV). 5) Fabricação de Atlas Etnobotânico. As mulheres relataram na pesquisa um total de 125 espécies de plantas, distribuídas 52 famílias botânicas, sendo Lamiaceae, Arecaceae, Solanaceae, Myrtaceae, Euphorbiaceae, Fabaceae, as mais representativas. As preparações terapêuticas mais usadas foram: Chá (22, 94%), banho (6,82%) e suco (3,1%). As respectivas espécies medicinais demonstraram os maiores FRC, Lippia alba (0,8), Citrus sp. (0,75), Cymbopogon citratus (0,55), Aloe vera (0,45), sendo estas as espécies mais importantes para tratar doenças nas comunidades. O UV identifica quais espécies são mais versáteis e possuem diversas aplicações práticas e culturais nas comunidades estudadas. O UV evidenciou 1,1 para Citrus sp. (alimentícia), 1 para Lippia alba (medicinal), 0,05 para Alpinia zerumbet (banho), 0,6 para Ruta graveolens (reza) e 0,06 para Adenium obesum (ornamental). Ao registrar e compreender o vínculo cultural entre as mulheres ribeirinhas e as plantas ao seu redor, espera-se enriquecer o conhecimento científico sobre a biodiversidade regional, bem como contribuir para o respeito e a conservação dessas práticas ancestrais tão significativas para a identidade e sustento dessas comunidades.