Contribuição do saber local na identificação de plantas medicinais prioritárias para a conservação in situ na floresta nacional do Araripe, nordeste do Brasil
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Biologia Brasil UFRPE Programa de Pós-Graduação em Botânica |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/4984 |
Resumo: | O presente estudo realizou um diagnóstico etnobotânico sobre as estratégias de manejo e conservação adotadas por uma comunidade rural localizada no entorno da Floresta Nacional do Araripe. Nesse sentido, objetivou-se identificar o repertório terapêutico local, bem como as espécies medicinais prioritárias para manejo e conservação in situ por meio da percepção dos informantes e índice de prioridade de conservação. A área de estudo foi a comunidade de Macaúba, pertencente ao município de Barbalha, Ceará, Brasil. O acesso ao conhecimento local se deu através do uso de lista livre, entrevista semiestruturada e oficina participativa. Por meio das entrevistas semiestruturadas e da lista livre, foram coletados dados socioeconômicos, e informações sobre as plantas medicinais conhecidas e utilizadas pela comunidade. Analisando a lista livre, foram identificadas as 10 espécies nativas, arbóreas e mais salientes. Na oficina participativa, estas espécies foram classificadas pelos especialistas locais de acordo com sua disponibilidade e intensidade de coleta, como: espécies que apresentam alta disponibilidade vs baixa intensidade de coleta; alta disponibilidade vs alta intensidade de coleta; baixa disponibilidade vs baixa intensidade de coleta; e baixa disponibilidade vs alta intensidade de coleta. Analisando o conhecimento local em relação ao gênero, idade e atividade profissional, constatou-se que os homens agricultores conhecem mais plantas medicinais do que os não agricultores (Z(U) = 2,6100; p = 0,0045) e que não existe diferença no conhecimento entre as mulheres agricultoras e não agricultoras (Z(U) = 0,1707; p = 0,8645). Apesar de baixa, a correlação entre o número de plantas citadas e a idade foi significativa (rs= 0,3300, t = 3,9089, p = 0,0001): os mais velhos conhecem mais plantas medicinais do que os mais jovens. Através da percepção dos informantes, as espécies arbóreas nativas mais salientes (Myracrodruon urundeuva Allemão; Himatanthus drasticus (Mart.) Plumel; Hymenea stigonocarpa Mart. ex Hayne; Stryphnodendron coriaceum Benth.; Caryocar coriaceum Wittm.; Eschweilera blanchetiana (O. Berg) Miers; Bowdichia virgilioides Kunth; Astronium fraxinifolium Schott; Hancornia speciosa Gomes e Copaifera langsdorffii Desf.) foram indicadas para estratégias conservacionistas. Os mesmos elegem H. speciosa como a espécie mais importante para conservação, porque esta apresenta baixa disponibilidade ambiental e alta taxa de exploração. Esses resultados evidenciam que o conhecimento local da comunidade precisa estar atrelado ao conhecimento científico a fim de estabelecer estratégias conservacionistas para as espécies utilizadas. |