O papel semiológico das didascálias em A mulher sem pecado e Vestido de noiva, de Nelson Rodrigues

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Rocha, Fabricia Aparecida Lopes de Oliveira
Orientador(a): Enedino, Wagner Corsino
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: CPTL
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/4078
Resumo: Esclarecemos, nesta tese, as demandas históricas de expressão da dimensão cenográfica que fizeram as didascálias ganharem protagonismo na construção do sentido das obras dramáticas psicológicas modernas. Com o apoio de Teorias do Drama e estudos de Semiologia do Teatro, problematizamos o papel das didascálias e sua relação estética com a representação da psique humana. Para demonstrar a importância de referenciar esse tipo de anotação cênica, sobretudo na escrita teatral com cunho psicológico, tomamos como objeto de leitura as peças psicológicas A mulher sem pecado (1941) e Vestido de noiva (1943), ambas escritas pelo dramaturgo brasileiro Nelson Rodrigues. Em razão da especificidade imposta pelo sentido agregado pelas indicações cênicas, percebemos a importância de ler o texto dramático como estratégia de encenação em estado virtual. Esse método de leitura foi adotado nesta tese e é amparado pelos estudos de Anne Ubersfeld (2013), Patrice Pavis (2015) e Paul Zumthor (2007). Ignorar as didascálias, enquanto virtualidade cênica predeterminada no texto, equivale a negligenciar um fator construtor da especificidade da escrita psicológica de Nelson Rodrigues. Apesar de A mulher sem pecado e Vestido de noiva terem sido bastante estudadas, ainda não havia uma pesquisa tão particular sobre a importância estética das didascálias como fator construtor de uma ousada incursão teatral na vida interior das personagens, segundo fizemos neste estudo. Constatamos que, nessas duas peças, conteúdos psíquicos profundos e inviáveis de aparecer no tradicional diálogo são comunicáveis, teatralmente, especialmente em decorrência da luz e do microfone previstos nas didascálias.