Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Valiente, Maria Francisca |
Orientador(a): |
Souza, Claudete Cameschi de,
Guerra, Vânia Maria Lescano |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2358
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Resumo: |
Este trabalho tem como objetivo geral problematizar o processo de constituição identitária do indígena a partir do discurso do "Documento Final do Acampamento Terra Livre 2011 - pelo direito à vida e à mãe Terra". Os objetivos específicos incluem analisar como são construídas as representações sociais de terra, cidadania e exclusão ‒ que constituem o discurso do documento oficial sobre o indígena ‒ a partir da perspectiva discursiva e do processo de referenciação linguística. Procuramos interpretar, com base em regularidades enunciativas localizadas em torno dos objetos de saber terra, cidadania e exclusão, as diferentes formações discursivas e os efeitos de sentido possíveis que despontam dessa relação e os interdiscursos presentes no discurso do documento oficial. Ao abordar o sujeito por suas práticas discursivas, nos quais o poder se exerce e cruza o eixo social, optamos pelo método de análise arqueogenealógico elaborado por Foucault que, em consonância com a Análise de discurso e os Estudos Culturais, formam a base teórica transdisciplinar de nossa pesquisa. Esta dissertação está dividida em três capítulos, a saber: no primeiro capítulo apresentamos as condições de produção do Acampamento Terra Livre e os principais temas que surgiram em torno da questão indígena após a Constituição Federal de 1988; no segundo capítulo apontamos principais noções da Análise de Discurso e dos Estudos Culturais que irão subsidiar nossa análise e no terceiro capítulo procedemos à interpretação dos recortes selecionados tendo em vista a constituição identitária do indígena. As análises apontam os conflitos existentes entre o Acampamento Terra Livre e o Estado e que situam o indígena no entre-lugar (BHABHA, 1998) conflituoso entre a luta por reconhecimento social, em defesa de seus direitos e a impossibilidade de alcançá-los, considerando que a segregação do indígena encontra-se na própria Constituição que inclui/exclui, simultaneamente. A luta pela terra adquire uma dimensão política em um embate de forças entre o Acampamento Terra Livre, o Estado, os fazendeiros e empresários e é representada no discurso do movimento como um lugar de abrigo, proteção, ao mesmo tempo que se torna objeto da falta, do desejo, lugar de exclusão e de (des)estabilização do indígena. |