Caracterização dos óbitos de pessoas com HIV sob a perspectiva da utilização da terapia antirretroviral altamente potente (HAART), em hospital de referência de Campo Grande, MS, 1992-2008

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Elias Júnior, Erivaldo
Orientador(a): Cunha, Rivaldo Venâncio da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1857
Resumo: Em pleno período de vigência da terapia antirretroviral altamente potente (HAART), introduzida a partir de 1996, foram detectadas mudanças significativas nas causas de morte dos pacientes portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV) em alguns locais do mundo. Considerando a escassez de estudos no Brasil sobre óbitos de pacientes infectados pelo HIV, a presente investigação objetivou avaliar as causas de óbito em portadores do vírus; diferenciá-las quanto à sua natureza se relacionadas ou não à AIDS e detectar mudanças no padrão das causas de óbito sob a perspectiva de utilização ou não da terapia HAART. Foi realizado um estudo transversal, com coleta de dados a partir de registros de prontuários médicos de pacientes com HIV maiores de 13 anos de idade, que morreram em hospital de referência para tratamento de AIDS no estado de Mato Grosso do Sul, entre 1992 e 2008. Houve predomínio de óbitos na faixa etária de 30 a 39 anos, com maior frequência de óbitos entre idosos na era HAART (1996-2008). Foram observados 99 óbitos por doenças oportunistas entre os que não utilizaram HAART (60,7%) comparado com 113 óbitos do mesmo tipo nos indivíduos que se beneficiaram dessa terapia (80%), portanto maior proporção na era HAART (p<0,001). Entre as causas relacionadas à AIDS, a tuberculose foi a mais prevalente (23%), seguida da toxoplasmose cerebral (21,7%). As doenças cardiovasculares desempenharam papel importante entre as causas não oportunistas com aumento na prevalência de 3,18 vezes nos óbitos em vigência de terapia HAART. O estudo sugere que as doenças de natureza infecciosa foram e continuam sendo responsáveis pela maior parcela dos óbitos de indivíduos portadores de HIV na área de abrangência deste hospital, independente do tipo de terapia antirretroviral utilizada. E que medidas no combate à tuberculose são necessárias para se conseguir mudança na proporção de óbitos por esta causa que figura como a principal responsável pelos óbitos nesta população.