As relações de poder e de saber: um estudo da disciplina de matemática na 5ª série do ensino fundamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Macedo, Terezinha Alves
Orientador(a): Osório, Antônio Carlos do Nascimento
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/855
Resumo: O objetivo central deste trabalho de pesquisa é compreender o sentido da reprovação escolar em Matemática, nas 5ª séries do Ensino Fundamental. Utilizei, como aporte teórico e metodológico, os pressupostos de Michel Foucault, por meio dos quais foi possível compreender o poder como algo que se exerce, que produz saber e que só existe em relações. Para instrumentalizar a pesquisa, elaborei um questionário destinado a professores da disciplina e série referidas, a fim de identificar seus discursos relativos a dificuldades encontradas em sala de aula, a sugestões para a superação das mesmas e a condições para que o professor desenvolva um bom trabalho de ensino em sala de aula. São questões que se articulam com o desempenho satisfatório ou insatisfatório do aluno e suas conseqüências, que podem ser o sucesso ou o fracasso desse aluno. Os discursos dos professores acerca desse desempenho são fragmentos de saberes sobre o aluno, que se transformam em peças de poder. Constatei que o poder do professor, exercido no cotidiano escolar e no ensino da Matemática, através da observação e do registro do comportamento do aluno diante das atividades e dos conteúdos escolares, produz alguma forma de resistência ao poder disciplinar, manifestandose por meio da indisciplina, da desmotivação e do desinteresse do aluno, resultando em reprovação prevista em nosso sistema de ensino, como uma forma de controle e exclusão social. Constatei, ainda, a existência do poder disciplinar, que tem como finalidade a normalização dos sujeitos e que, em última instância, nada mais é do que o racismo de Estado em ação, uma forma de 'eliminar' os mais fracos e 'purificar' a raça humana, permitindo que só alguns - 'os normais' -, produtivos e dóceis, possam alcançar níveis mais elevados na escala social.