Identificação de anticorpos anti-toxoplasma gondii e de fatores associados à toxoplasmose em população pantaneira de Mato Grosso do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Murat, Paula Guerra
Orientador(a): Dorval, Maria Elizabeth Cavalheiros
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1877
Resumo: O presente trabalho estimou a prevalência da infecção por Toxoplasma gondii na população ribeirinha de quatro comunidades do Pantanal sul-mato-grossense, Porto da Manga, Passo do Lontra, Barra de São Lourenço/Amolar e Paraguai Mirim. O estudo incluiu 418 indivíduos, dos quais 219 eram homens (52,4%) e 199 mulheres (47,6%) com média de idade de 25,7 anos, que sobrevivem dos recursos naturais locais e do turismo. A grande maioria dos entrevistados cursa o ensino fundamental, as famílias possuem hábitos de higiene pessoal e consciência ambiental precários, ausência de saneamento básico e de informações sobre a transmissão de doenças infecciosas e parasitárias, além de serem negligenciadas pelos órgãos de saúde local. Utilizando-se o método de enzimaimunoensaio, a prevalência da infecção pelo Toxoplasma gondii foi de 42,1% (IC 95%: 37,4-46,8). A reação de imunofluorescência indireta revelou uma maior frequência dos títulos de IgG ≥ 1/512. Os soros com anticorpos IgG e IgM anti-Toxoplasma gondii foram submetidos ao teste de avidez se IgG por quimioluminescência para determinação da fase da doença. Foi encontrada associação estatisticamente significativa com residir em comunidades pantaneiras (p = 0,049), idade (p < 0,001), consumo de carne crua ou mal cozida (p = 0,047) e consumo de carne de caça (p = 0,049). Fatores de risco clássicos para toxoplasmose, não apresentaram diferenças estatisticamente significativas. Exames oftalmológicos foram realizados em 183 pacientes, e oito apresentaram lesão ocular atribuível à toxoplasmose. O consumo de carne crua ou mal cozida também mostrou associação com lesão ocular (p=0,037). A presença de felinos silvestres e outros animais podem ser fatores importantes na manutenção da toxoplasmose, por meio da contaminação do ambiente com oocistos e ou por constituírem fontes de alimento nessas comunidades pantaneiras.