Comunidades de morcegos e de ectoparasitas nas bacias do Miranda e Negro : corredores Cerrado-Pantanal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Longo, José Milton
Orientador(a): Fischer, Erich Arnold
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/584
Resumo: As matas ciliares podem ser consideradas corredores ecológicos por facilitarem a dispersão e o deslocamento de indivíduos ao longo de suas extensões. Entretanto, há poucos estudos que investigam se estas matas apresentam papel de corredor ecológico e para quais grupos. As matas ciliares ao longo dos rios que drenam do planalto para a planície podem representar corredores de ligação entre o Cerrado e o Pantanal. Nesta tese foram estudadas a composição e a diversidade de comunidades de morcegos e de ectoparasitas ao longo de matas ciliares das bacias do Miranda e do Negro, na planície do Pantanal e no planalto de entorno, Mato Grosso do Sul. Caso estas matas ciliares atuem como corredores para espécies de morcegos e/ou de ectoparasitas de morcegos, seria esperada maior similaridade de espécies entre sítios na mesma bacia hidrográfica do que entre sítios em bacias distintas. Morcegos e ectoparasitas foram amostrados em oito sítios, sendo dois na planície e dois no planalto em cada bacia. Foram capturados 810 morcegos pertencentes a 20 espécies de 15 gêneros e quatro famílias diferentes. Em todos os sítios amostrais, Artibeus planirostris foi a espécie mais abundante, seguida por Carollia perspicillata ou Platyrrhinus lineatus registrados em quatro sítios cada. Das 20 espécies de morcegos registradas neste estudo 14 estavam parasitadas, sendo Carollia perspicillata a que apresentou maior riqueza (n = 9) de ectoparasitas, seguida por Myotis nigricans, A. planirostris, P. lineatus e Lophostoma silvicolum (n = 4). As espécies de ectoparasitas mais abundantes foram Megistopoda aranea, Aspidoptera phyllostomatis e Trichobius joblingi. Os resultados não sustentam que exista um padrão de dispersão ou distribuição das espécies de morcegos utilizando as matas ciliares como corredores ecológicos, visto que não houve diferenças de composição entre as comunidades em diferentes bacias, ou entre locais diversos (planalto ou planície). Por outro lado, a composição das comunidades de ectoparasitas foi afetada pelo local, assim como pela interação dos fatores local e bacia. De modo geral, os resultados indicam que a composição das comunidades de ectoparasitas é determinada por fatores dependentes do local e da bacia hidrográfica, embora as comunidades de morcegos hospedeiros não apresentem variações entre as bacias do Miranda e do Negro, nem entre a planície do Pantanal e o Cerrado do planalto de entorno.