Arbovírus em primatas não humanos capturados em Mato Grosso do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Batista, Paulo Mira
Orientador(a): Andreotti e Silva, Renato
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2918
Resumo: Os arbovírus são vírus transmitidos por artrópodes vetores e seus principais hospedeiros são os primatas não humanos e o homem. Estes vírus representam um problema de saúde pública devido ao seu potencial em causar epidemias de menor ou maior impacto. O obejtivo do presente estudo foi detectar infecções por arbovírus em primatas não humanos de vida livre capturados no estado do Mato Grosso do Sul. Trata-se de um estudo descritivo do tipo inquérito, seccional, com coleta de dados primários, com objetivo de investigar a presença de arbovírus, que têm potencial de causar surtos, epidemias e impactos negativos para saúde pública, em municípios do estado do Mato Grosso do Sul. No presente estudo, foram realizados inquéritos soroepidemiológicos em primatas não humanos de vida livre capturados em regiões de matas dos municípios de Aquidauana (1), Bodoquena (3), Campo Grande (8), Coxim (8), Jardim (14), Miranda (2), além dos municípíos de Corumbá (1), que faz fonteira com a Bolívia, e Mundo Novo (22), que faz fronteira com o Paraguai e divisa com o estado do Paraná. Todas as amostras utilizadas nesse estudo foram submetidas à técnica sorológica de Inibição de Hemaglutinação para detecção de anticorpos para arbovírus e as amostras dos municípios de Mundo Novo e Bodoquena foram submetidas à técnica de biologia molecular para detecção de genoma viral de Flavivírus. Anticorpos para o vírus Mayaro foram detectados em amostras de primatas do município de Coxim (2) e do município de Jardim (2). Anticorpos para o vírus Cacipacoré foram identificados em primatas do município de Aquidauana (1) e para o vírus Oropouche foram identificados no primata capturado no município de Miranda (1). Vírus pertencentes ao gênero Flavivírus foram detectados em primatas capturados no município de Coxim (4), de Campo Grande (1), de Jardim (1) e de Mundo Novo (22). Vírus pertencentes ao gênero Alphavirus foram detectados em primatas capturados no município de Jardim (1). Todas as amostras testadas dos municípios de Bodoquena e Mundo Novo (25) foram negativas para detecção do genoma de Flavivirus. Os resultados do estudo demonstraram que os animais foram infectados por arbovírus do gênero Flavivirus e do gênero Alphavírus, além dos vírus Mayaro, Oropouche e Cacipacoré em algum momento de suas vidas, sugerindo a circulação de arbovírus nas regiões estudadas. Os resultados negativos da técnica de biologia molecular indicaram que os animais não estavam infectados no momento da coleta. A presença de animais infectados nas regiões estudadas evidencia a necessidade de ações de vigilância contínuas das arboviroses, que permitam identificar as áreas de risco de transmissão a que as populações humanas estão expostas, prevenindo infecções e evitando impactos negativos para a saúde pública.