O teatro brincante de Rosane Almeida e a configuração da cultura popular nordestina em A mais bela história de Adeodata

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Cordeiro, Adriana Patrícia Sena
Orientador(a): Enedino, Wagner Corsino
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1687
Resumo: Neste trabalho tem-se como objetivo analisar, sob o viés da cultura popular (ORTIZ, 1992, 2003, 2006; DE CERTEAU, 1998) e dos estudos de gênero (COSTA; BRUSCHINI, 1992; LOURO, 1997), a configuração das personagens no texto teatral A mais bela história de Adeodata, da dramaturga contemporânea brasileira Rosane Almeida. Por intermédio das personagens femininas representadas na peça, são avaliados os atravessamentos da cultura popular nordestina com/pelas expressões artísticas do assim chamado “teatro brincante” em que estão engendradas as ações dramáticas. Importa destacar, ainda, a presença memorialística das diferentes e socialmente distantes faces de Adeodata, postas em diálogo (BAKHTIN, 1997). Ocorrem, no texto, imbricamentos das condições de engajamento feminino, remetendo a uma tríade de personalidades, em que se materializam “o profano”, “o pagão” e “o sagrado” (BARROS, 2004). A miscigenação cultural representada por essas personagens concorre para que o leitor/espectador compreenda o chamado teatro “brincante”. Gênero típico do nordeste brasileiro, o brincante é explorado pela dramaturga, marcando seu estilo. Ancorado nos estudos de Ubersfeld (2005), Ryngaert (1996), Prado (1998) e Pallottini (1988), entre outros, acerca de modo de estruturação do texto teatral, o trabalho identifica, também, regularidades que constituem a representação feminina na peça, constituída (e constituindo-se) ao longo da história da humanidade. A peça evidencia que, a despeito das transformações sociais que têm afetado a (des)identificação da mulher e os papéis sociais vinculados ao gênero, no imaginário social ainda permanecem traços do patriarcalismo ancestral, inscritos no discurso religioso, na história e na memória da sociedade brasileira.