Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Jandercy Penha da Silva |
Orientador(a): |
Souza, Claudete Cameschi de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2159
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Resumo: |
Resultante de pesquisa de caráter exploratório e empírico, a partir de uma proposta transdisciplinar e do método arqueogenealógico de Foucault, essa dissertação tem como objetivo geral estudar o processo identitário do indígena e sua relação com o meio ambiente por meio do discurso do povo Kinikinau, tendo como aporte teórico a Análise do Discurso de linha francesa. Como objetivo específico elegeu-se encontrar, com base em regularidades enunciativas e dispersões do discurso, as diferentes formações discursivas, os interdiscursos e os efeitos de sentido possíveis que perpassam a memória discursiva dos Kinikinau e as representações de terra = mãe/provedora e terra = nação/ origem nos discursos dos sujeitos Kinikinau, via materialidade linguística. Para alcançar tais objetivos realizaram-se três visitas à Aldeia São João com o intuito de nos aproximarmos dos sujeitos e conquistar a “confiança”. Nessas visitas, por meio de conversas informais, coletamos dados referentes à história do povo que foram registrados em “Diário de Campo”. Após a familiarização dos sujeitos, realizamos entrevistas com dois professores Kinikinau, em forma de narrativa, que constituem o corpus dessa pesquisa. A pesquisa foi desenvolvida na Aldeia São João, município de Porto Murtinho-MS, a 70Km aproximadamente do município de Bonito-MS, em terras Kadiwéu. Nessa aldeia está reunido o maior número de Kinikinau, dividindo o espaço com Kadiwéu, “os donos da terra”, e com alguns Terena. A análise dos dados pautouse, em especial no pensamento de Pêcheux (1988), Foucault (1970, 1971, 2008), Authier-Revuz (1990), Coracini (2007,2011), Hall (1996), Bhabha (1998), Bauman (2006) e Castells (2005). A dissertação foi organizada em três capítulos. O primeiro é dedicado ao referencial teórico advindo da Análise do Discurso de linha francesa e dos Estudos Culturais, com acréscimo de considerações sobre a legislação ambientalista. O segundo apresenta a trajetória histórica do povo e dos sujeitos Kinikinau com o objetivo de refletir sobre as condições de produção dos discursos analisados. No terceiro e último capítulo encontram-se a análise e interpretação dos dados coletados. Para análise e interpretação, partimos da hipótese de pesquisa de que a constituição identitária do indígena Kinikinau - em meio a um processo de constantes transformações sociais - é formada por meio deum discurso de resistência, uma reação contra os efeitos da globalização e dos projetos de desenvolvimento priorizados pelo Estado recorrendo, sobretudo, aos antecedentes históricos que formam a base de sua cultura no que concerne ao convívio harmonioso com a natureza. Constatou-se, nos recortes analisados, que, em decorrência das inúmeras transformações nas estruturas econômicas e políticas, os povos indígenas tem sua cultura afetada pelos modos de vida do branco e, portanto, (re) significam suas práticas, crenças e necessidades na contemporaneidade situando-se no entre lugar conflituoso que, de um lado, os coloca frente a frente com os valores da sociedade hegemônica e, de outro lado, o mantém em uma relação de dependência e integração com a natureza, com os valores culturais de seu grupo. |