No escuro do discurso: uma revisita a Emília e Eulália

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Nicola, Janaina
Orientador(a): Durigan, Marlene
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1138
Resumo: Sob o crivo das asserções legadas aos estudos críticos da linguagem e, em especial, aos que concernem ao discurso, este texto propõe-se construir um espaço de "confronto" entre lingüistas e gramáticos, a fim de analisar esse polêmico, inquieto e ainda novo relacionamento - que sustenta as implicações acerca dos estudos da língua -, além de aspectos do status da gramática normativa no ensino de língua portuguesa. Para alcançar a meta, esta pesquisa ocupa-se do exame pretensamente dialógico dos textos: Emília no País da Gramática, de Monteiro Lobato, A Língua de Eulália, de Marcos Bagno, e o documento Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998). Essa intencionalidade reclama, pois, a investigação dos caminhos que percorrem os textos em questão, para a absorção das possibilidades de sentidos com que essas obras trabalham, a produção dos discursos que veiculam, a fim de desvendar o como e o do quê eles se constituem. O empreendimento descrito alinha-se às contribuições teóricas e práticas providas pela Análise de Discurso de orientação francesa, que encontra especialmente nas figuras de Michel Foucault e Michel Pêcheux os centros de gravitação em torno dos quais se encaminham as propostas do estudo do discurso que hoje irrompem. Esta pesquisa classifica-se como bibliográfica quanto aos meios nos quais se apóia e exploratória quantos aos fins de que se compraz. Metodologicamente, não optamos por pesquisa de campo, uma vez que a intencionalidade de que nos acercamos reclama o exame dos discursos veiculados pelas obras, bem como sua implicância na construção do discurso propagado pelas políticas educacionais que, por sua vez, estendem-se à vida social e particular daqueles que se valem de seus apontamentos, espontaneamente ou não. Construímos nosso córpus por meio da seleção de enunciados comparados à luz do suporte teórico desenvolvido. Dentre alguns dos resultados a que este estudo pôde remeter, importa destacar a evidência, o movimento e a extensão do poder instaurado na prática (e no relacionamento) dos personagens em confronto, a contradição dos seus discursos com relação ao que pregam e a corrida (a luta) pela preservação de suas posições, de seus lugares políticos nas "cadeias dos saberes", sobrepondo-se às necessidades afirmadas com relação ao progresso educacional, à expansão de conhecimentos em face do preconceito lingüístico e a emancipação idealizada pelo governo com base nos apontamentos advindos da ciência que essas duas classes (linguistas e gramáticos) fabricam e disseminam no estudo da linguagem.