Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
AGUIAR, Cintia Medeiros Robles
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Orientador(a): |
ASSIS, JACIRA HELENA DO VALLE PEREIRA
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Educação (Campus Campo Grande)
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Departamento: |
FAED
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/4362
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Resumo: |
A pesquisa tem por fonte principal e objeto de pesquisa o Jornal escolar ABC Literário, produzido por e para estudantes do Centro Educacional Osvaldo Cruz de Dourados, na década de 1960. A problemática consiste em interrogar como determinadas práticas, moldadas pelos discursos veiculados no Jornal se tornam representações simbólicas estudantis. A suposição é de que o Jornal cumpre um papel representativo de comunicação, no qual a mensagem veiculada exprime e representa enunciadores e enunciatários. O objetivo geral é compreender como se constroem representações simbólicas a partir das apropriações culturais veiculadas no impresso ABC Literário e suas pretensões de moldar os pensamentos e as condutas, mais especificamente: a) Identificar, descrever e analisar elementos que possam contribuir na construção da historicidade do Jornal ABC Literário; b) captar a ilussio do campo da imprensa estudantil, a fim de compreender qual foi o produto da relação de cumplicidade entre a hexis e o ethos dos secundaristas. A hipótese que sustenta a pesquisa é a de que o impresso estudantil configura uma possível abordagem das questões que envolvem o ensino secundário ginasial de forma a trazer à tona vestígios que integram e evidenciam o regional. Os referenciais teóricos que ancoram a pesquisa são os estudos de Pierre Bourdieu e Roger Chartier. As fontes interrogadas são documentos oficiais, acervo do Osvaldo Cruz doado ao Centro de Documentação Regional da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Federal da Grande Dourados, imprensa periódica, livros de memória e relatos. Também, são mobilizadas fontes iconográficas e entrevistas produzidas com agentes-produtores do Jornal. As informações foram organizadas pela técnica de Análise de Conteúdo, com fundamento em Laurence Bardin. A pesquisa se insere na linha de pesquisa “Educação, Cultura, Sociedade” ligada ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Antropologia e Sociologia da Educação, do Programa de Pós-Graduação em Educação, na Faculdade de Educação, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Como resultados, aponta-se que das publicações impressas no ABC Literário emergem distintas representações da educação, que se apresentam em paradoxos, pois o Jornal se constituiu tanto em um espaço de representação estudantil dos secundaristas pelos integrantes que aceitaram a ilussio inicial e a acataram como condição e direito de entrada, empregando estratégias de conservação com a eleição dos já eleitos, como também criou espaços para estratégias de subversão que visam ao mesmo fim, qual seja, a “tomada” do poder simbólico, neste caso, por mudança do que é considerado legítimo. Assim, enunciador e enunciatário cumpriam um papel representativo de comunicação pelas mensagens veiculadas no Jornal. O Osvaldo Cruz não apenas transmitia conhecimentos, mas também produzia um habitus a partir das identificações de gênero e de classe, as quais foram produzidas por meio de relações de desigualdade, haja vista que a instituição de ensino esteve intrinsecamente comprometida com a manutenção de uma sociedade dividida e fez isso cotidianamente, ao mobilizar como ferramenta o Jornal escolar. Em síntese, há o reconhecimento que as relações de dominação masculina construíram representações simbólicas na classe estudantil, logo o estudo contribui na desestabilização das divisões entre os sexos e na problematização da conformidade com o "natural". |