Coletivos estudantis nas ocupações secundaristas e seus impactos na formação da personalidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Braga, Gabriela Pinto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/244492
Resumo: Esta pesquisa possui como objetivo analisar os impactos da participação em coletivos estudantis na personalidade, especificamente nas ocupações secundaristas de 2015. Todo o estudo fundamenta-se na Psicologia Histórico-cultural, especialmente nas obras de Lídia Bozhovich. A autora compreende a personalidade como um nível de desenvolvimento psíquico que se manifesta na autopercepção do sujeito, o qual se diferencia de outros sujeitos e age intencionalmente na realidade sendo orientado por seus objetivos conscientes, não somente pelos estímulos externos. Assim, a pesquisa se iniciou com uma breve contextualização da política nacional e estadual no momento das ocupações secundaristas, discutindo também o movimento de ocupações e os coletivos estudantis. Também foi realizado um estudo sistemático das obras de Bozhovich traduzidas para espanhol e inglês sobre personalidade. Os estudos teóricos foram seguidos pela realização de entrevistas com cinco participantes das ocupações realizadas em Bauru para investigar seus discursos de acordo com as categorias coletivo, relações sociais, afetos e auto reflexão. A partir dessas categorias, pudemos perceber como a teoria de Lídia Bozhovich se manifesta na realidade da adolescência brasileira. Nesse contexto, os dados analisados mostraram que o coletivo estudantil dos adolescentes era autônomo e, ainda sim, mediado por adultos que os próprios adolescentes escolhiam. Também percebemos que a participação ativa no coletivo só acontecia quando o estudante se sentia pertencente àquele coletivo, ou seja, quando o estudante se identificava afetivamente com o coletivo e compreendia suas ações. A participação nas ocupações secundaristas levou os adolescentes a assumirem novas posições e responsabilidades, o que transformou a posição social e interna desses adolescentes. Além disso, os valores do coletivo se transformaram nos valores dos estudantes a partir da conceitualização dos afetos que mobilizaram os estudantes a participar do coletivo. A pesquisa demonstrou como a escola é um espaço potencial para o desenvolvimento da personalidade quando o adolescente tem autonomia em suas atividades.