Subalternidade, violência e hibridização de gêneros em Querô, Uma Reportagem Maldita, de Plínio Marcos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Sousa, Celeste da Silva
Orientador(a): Enedino, Wagner Corsino
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2021
Resumo: Vinculados aos mecanismos de leitura e significação que compõem o romance Querô, uma reportagem maldita (1977), de Plínio Marcos (1935-1999), estão os pressupostos teóricos de Lins (1990); Dimas (1985); Muir (1997); Candido (2009); Leite (2002); Reis e Lopes (1988), além de trazer à baila os conceitos de Spivak (2010); Bachelard (2008); Bobbio (1997); Enedino (2009); e Orlandi (2007), no que se referem aos aspectos da marginalidade e da subalternidade como fatores essenciais na configuração do espaço e das personagens dentro da obra, bem como os principais elementos que evidenciam o processo de hibridização de gêneros na narrativa que, nesse sentido, se constitui por uma constante relação de interdependência. Destacam-se, também, segundo os modos de estruturação do discurso dramático e narrativo, os estudos de Moisés (1972); Stalloni (2003); Reis e Lopes (1988); Friedman (2002); Magaldi (1998); Pavis (1999); Ryngaert (1996); e Neto (1980). Escritor de peças e romances, Plínio Marcos expõe questões relativas ao convívio social vistos de um modo pouco difundido na literatura brasileira; nos textos do autor a sociedade é representada por meio de situações conflituosas, as quais são postas pela ordem econômica e cultural. Por meio de um discurso politizado, o escritor atribuiu a esse cenário o seu projeto estético, que não condizia com a imposição cultural nos tempos de ditadura militar. Marcada pela violência e pela constante repressão, suas obras revelam as várias faces do silenciamento e, consequentemente, a do “herói marginal”. Querô, uma reportagem maldita deu origem a filmes que trouxeram para o cinema brasileiro o retrato cruel da realidade. Querô, de Carlos Cortez, e Pixote, a lei do mais fraco, de Hector Babenco, agregam a si a mímese encontrada na obra de Plínio Marcos, pois descrevem as marcas da violência deixadas pelas forças opressoras. Por esse aspecto optou-se por utilizar as teorias de Hutcheon (2011) acerca do processo de adaptação literária; Le Goff (1989); Gramsci (1982); Ginzburg (2012); Foucault (1999); Fiorin e Savioli (1997); e D’ Onofrio (1999). Importa mencionar, ainda, que por esse viés o autor procurou transformar “personagens reais” em personagens de ficção, trazendo para o leitor uma “realidade ficcional”, refletindo acerca do papel do marginal e do subalterno na constituição da sociedade, evidenciando, a seu modo, as contradições do ser humano, bem como as de sua própria existência em meio à sociedade.