A personagem na dramaturgia de Plínio Marcos

• Ano de defesa: 2015
• Autor(a) principal: Rodrigues, Sergio Manoel
• Orientador(a): Bridi, Marlise Vaz
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
• Palavras-chave em Português: dramaturgia; Plínio Marcos; personagem; autoconsciência; marginalidade
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS
• Link de acesso: http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/25159

O presente trabalho estuda a dramaturgia por meio da investigação e da análise, abordando inicialmente as encenações na antiga Grécia e as influências destas no teatro renascentista. Neste último, aparece o denominado drama moderno, que resultou das novas concepções dramatúrgicas surgidas a partir do século XVI, desenvolvendo-se no decorrer de outras épocas e servindo como referência às artes cênicas da modernidade. Com base nessas primeiras reflexões, centra-se a seguir no contexto nacional contemporâneo, ao tratar da obra teatral de Plínio Marcos, dramaturgo que inovou o teatro brasileiro ao expor nos palcos o cotidiano e a linguagem de sujeitos marginalizados socialmente, tornando-se, portanto, um dos escritores mais censurados de seu tempo. Desse modo, esta pesquisa passa ao estudo crítico de três peças do referido autor: Dois perdidos numa noite suja (1966), Navalha na carne (1967) e O abajur lilás (1969), com a proposta de lançar luz sobre aspectos específicos das ações e das relações estabelecidas entre os seres ficcionais em cada um dos mencionados textos teatrais. A autoconsciência na relação eu-outro dessas personagens é o enfoque basilar que se pretende realizar das mesmas, uma vez que tal procedimento é revelador do caráter e dos pontos de vista do ser ficcional no seu contato com os demais indivíduos. Além disso, notamse a marginalidade e a realidade inóspita dos seres plinianos como elementos cruciais nas peças teatrais em questão, em que se evidenciam temas universais, tais como violência, preconceito e prostituição, considerados pelos mais conservadores como tabus, mas que devem ser vistos como mazelas que afligem toda sociedade. Entretanto, na dramaturgia marginal de Plínio Marcos, o que resta apenas para suas personagens é a preservação da aparência física, moral ou social e dos interesses pessoais, como superação dos próprios problemas e do caos em que vivem, o que revela uma condição humana fadada ao egoísmo, à criminalidade ou à solidão.