Do consultório ao domicílio : o uso de medicamentos no ambiente domiciliar por usuários do Programa HIPERDIA de uma unidade básica de saúde da familia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Calado, Deuzimar Cordeiro
Orientador(a): Tamaki, Edson Mamoru
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/3053
Resumo: Os medicamentos de uso contínuo constituem uma referência essencial no controle das doenças crônicas, no entanto, observa-se que um conjunto de fatores socioeconômicos, culturais e assistenciais interferem, dificulta e faz com que o tratamento prescrito pelos serviços de saúde nem sempre seja seguido pelo paciente de forma criteriosa, aumentando os riscos à sua saúde. A falta do conhecimento sobre: a posologia, tratamento, interação medicamentosa, dentre outros, são fatores geradores de dúvidas que podem levar ao uso inadequado dos medicamentos, comprometendo o tratamento. A condição socioeconômica e cultural dos indivíduos, como: renda, alfabetização, hábitos e acesso à obtenção do produto, são fatores que indicam a vulnerabilidade dos indivíduos que precisam continuamente usar os medicamentos para o tratamento do Diabetes Mellitus e/ou da Hipertensão Arterial Sistêmica. A pesquisa teve por objetivo investigar fatores que estejam interferindo na adesão ao tratamento com o uso de medicamentos prescritos aos usuários diagnosticados com diabetes e hipertensão cadastrados no Programa HIPERDIA. Foi aplicado um questionário semiestruturado a 298 usuários, uma amostra representativa dos usuários cadastrados com DM e/ou HAS da Unidade Básica de Saúde da Família localizada na região do Lagoa em Campo Grande, MS. Os dados foram tabulados, descritos e analisados de forma exploratória. Verificou-se nos resultados que dos 298 entrevistados, 266 (89,3%) eram alfabetizados e 32 (10,7%) não alfabetizados, destes mulheres são 197 (66,1%) e homens 101 (33,9%). Na identificação do estado civil aparecem os seguintes resultados: casados 179 (60,1%), viúvos 54 (18,1%), separados 35 (11,7%) e solteiros 30 (10,1%). Quanto ao diagnóstico, 67,5% da população pesquisada tem hipertensão, 25,8% tem dupla morbidade (diabetes e hipertensão) e 6,7% são diabéticos; a maioria está na faixa etária de 41 a 60 (39,9%) e 61 a 80 (47,0%) anos; mais da metade (54,4%) fazem uso de 1 a 3 e 32,2% de 4 a 6 medicamentos por dia; e 43,3% já tinham sido internados por causa da doença. Os mais jovens (18 a 40 anos) tem maiores percentuais no descumprimento da prescrição com o uso dos medicamentos, abandonando o uso dos fármacos ou usando-os apenas em parte. Identificou-se que o baixo nível de renda e de alfabetização, a dependência do sistema público e os efeitos adversos à saúde constituem fatores que aumentam a vulnerabilidade da população pesquisada ao uso inadequado ou abandono do uso dos medicamentos, assim como a credibilidade no medicamento, o comprometimento com o tratamento, e a autonomia de modificar o seu tratamento, fatores estes passíveis de intervenção na Atenção Básica.