Lesão hepática em pacientes com leishmaniose visceral atendidos no hospital universitário da UFMS de 2005 a 2009

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Franciscato, Caroline
Orientador(a): Paniago, Anamaria Mello Miranda
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1850
Resumo: O comprometimento hepático na Leishmaniose Visceral (LV) é considerado em segundo plano, porém as alterações relatadas são de relevância, com casos de hepatites leves a quadros fulminantes ou comprometimento crônico do fígado. O estudo foi desenvolvido em um hospital público, referência no tratamento de doenças infecciosas e parasitárias a partir da revisão dos prontuários de pacientes atingidos pela doença. Foram 110 episódios inclusos entre adultos, e analisados conforme algumas variáveis em busca da delimitação e perfil epidemiológico e do comprometimento hepático. A predominância do sexo masculino no estudo foi notada, 68,2%. A média de idade foi de 36,9 anos. O tempo médio de início da doença até o diagnóstico foi de 53 dias. Cerca de 83,0% eram procedentes da capital do Estado. 40,0% dos pacientes apresentavam comorbidades associadas, entre elas HIV, tuberculose, hanseníase, herpes zoster, diabetes mellitus e hipertensão arterial. Etilistas, tabagistas ou usuários crônicos de medicamentos perfizeram 25,0% da amostra. O predomínio dos sintomas clínicos foi o mesmo que observado em outros estudos, primeiro febre, seguido de astenia, perda de peso, hepatoesplenomegalia e hiporexia. Os padrões de alterações hematológicas são semelhantes aos encontrados em estudos anteriores. Sete pacientes foram a óbito; 52 deles preenchiam um ou mais critérios de classificação de LV grave. No momento do diagnóstico, sem nenhum tratamento, já havia alteração das principais enzimas hepáticas, ALT em 50,5% e AST em 74,5% dos pacientes. Nos casos de LV grave e nos óbitos as médias de alteração foram cerca de três vezes o limite superior da normalidade em AST e próxima ao limite superior para ALT. Em pacientes com hepatomegalia a ALT alterou-se em torno de 45,0% deles e AST em 70,0%. A grande maioria dos pacientes foi tratada com Glucantime® e Anfotericina B Desoxicolato. São necessários mais estudos quanto às alterações hepáticas e seu papel na LV de modo a determinar ao assistencialista uma maneira de prever e diminuir a cronificação das alterações.