Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2003 |
Autor(a) principal: |
Lobo Filho, Silvio |
Orientador(a): |
Osório, Antônio Carlos do Nascimento |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/842
|
Resumo: |
O presente estudo analisa o discurso do corpo na concepção hegemônica biologicista, no campo da Educação Física, por meio das relações de "saber” e “poder". O uso do corpo, nas dimensões sociocultural e política, na trama de interação com o seu meio, demarcados pelas práticas sociais, sinaliza os diferentes tipos de saberes, seus enunciados, suas práticas, discursivas e não discursivas, e aponta esse jogo de forças e de vontades, desejos e sedução, que se explicitam enquanto práticas disciplinares controladoras, frutos dos valores culturais da sociedade, que se distribuem por instrumentos ligados à Ciência, à Igreja e ao Estado. Considerando o movimento da Educação Física no Brasil, contextualizada na concepção biologicista, foi investigada a sua construção histórico-discursiva, tendo como suporte teórico e metodológico a "Arqueogenealogia do Saber", a partir da reflexão de Michel Foucault (pós-estruturalismo). Frente às possibilidades teórico-metodológicas foi possível analisar os impactos sobre a teoria social e cultural, permitindo conceber uma nova forma de ver e compreender o mundo. Por meio de diferentes estratégias que se articulam em determinados posicionamentos críticos, conseguimos identificar a ordem dos "discursos", assinalando que em seus enunciados o discurso biologicista tem sua formação através do controle minucioso do corpo nas teias e capilares do poder, desde o século XVI, em que é revelado o uso social e político do corpo, mediante as estratégias de implantação dos exercícios como meio capaz de atender as regras disciplinares, para depois enquadra-lo como objeto de saber e poder. A Medicina Higiênica, o Militarismo, o Nacionalismo, o Dualismo Corpo/Alma, o Esporte e a Ciência, são marcos que cedem os enunciados formadores desse discurso, colhidos no cenário dos acontecimentos, submetidos ao jogo das regras das formações discursivas, denunciando a articulação que objetiva à preparação do sujeito útil a sociedade capitalista, como força de trabalho, tornando-o um instrumento de relação de poder, no uso de seu próprio corpo. Esse processo em que o saber é investido de poder, permitiu-nos entender que o poder desse Saber são relações que estabelecem diferentes construções discursivas, tornando-se instrumentos para criar verdades, opor a verdades e até mesmo corrigir verdades, nunca explicitando sua real intenção de controlar a própria sociedade. |