Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Carissimi, Fabrícia Santina de Oliveira |
Orientador(a): |
Farias, Marisa de Fátima Lombra de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2383
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Resumo: |
As violências contra as mulheres têm sido “objeto” de pesquisa em vários domínios do saber, o que demonstra a amplitude e a complexidade dessa problemática na sociedade brasileira. Para as mulheres do campo, que vivem em diferentes contextos rurais, como, Acampamentos, Assentamentos, Quilombos e outros, é uma realidade pouco explorada pelos/as pesquisadores/as. Diante disso, esta investigação tem por objetivo estudar o fenômeno das violências contra as mulheres nos espaços rurais para, assim, refletir sobre as relações de gênero, além de discutir sobre as políticas públicas direcionadas a esse grupo social, bem como a participação dos movimentos sociais no contexto de efetivação de estratégias ante as situações de violências no campo, considerando suas especificidades e particularidades. O recorte temporal delimitado situa-se entre os anos 2006 e 2012, caracterizando o que se denomina como História do Tempo Presente, partindo de uma realidade social: o Assentamento Geraldo Garcia, localizado, no município de Sidrolândia, Estado de Mato Grosso do Sul. As análises de abordagem quantitativa e qualitativa centraram-se na perspectiva de gênero, do patriarcado e feminista, com a utilização de diferentes técnicas e fontes de pesquisa, quais sejam: a observação participante, aspectos inerentes à etnografia; as fontes escritas mediante os documentos governamentais e os documentos administrativos institucionais, com destaque para os registros policiais ou boletins de ocorrências (BO), lançados no Sistema Integrado de Gerenciamento Operacional (SIGO), da Polícia Militar e Civil do Estado de Mato Grosso Sul; e as fontes orais com a realização de entrevistas temáticas, pautadas na Metodologia da História Oral. As violências podem ocorrer tanto nos espaços públicos quanto na vida privada, doméstica e familiar, cuja natureza também é indicadora de múltiplas expressões, de ordem física, psicológica, sexual, que envolve negligência, abandono ou privação de cuidados. Traz, então, consequências em todos os âmbitos da vida social, tanto em níveis individuais quanto coletivos. As violências contra as mulheres estão ligadas a aspectos históricos, sociais e culturais e são, por vezes, invisibilizadas e naturalizadas. Para as mulheres do campo, coibir e/ou romper com situações de violências é um processo complexo, diante de vulnerabilidades desses espaços sociais, expressos, sobretudo, pelo alcance limitado de políticas públicas, e de outros mecanismos e estratégias frágeis, como as oriundas dos movimentos sociais. Contudo, registramos elementos cotidianos de busca por autonomia, empoderamento e resistências. As mulheres, paulatinamente, vivenciam experiências questionadoras da ordem patriarcal, de hierarquias de gênero e poderes, protestam contra as violências e desejam conquistar qualidade de vida e construir novas relações com equidade de gênero. |