Análise dos casos de candidúria em adultos internados no hospital universitário - UFMS, Campo Grande/MS

• Ano de defesa: 2014
• Autor(a) principal: Lima, Gláucia Moreira Espíndola
• Orientador(a): Paniago, Anamaria Mello Miranda
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Candida; Hospitais Universitários; Suscetibilidade a Doenças
• Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2423

Leveduras do gênero Candida são responsáveis por cerca de 80% das infecções fúngicas no ambiente hospitalar, acometendo pele, mucosas, sítio cirúrgico, trato pulmonar, urinário e corrente sanguínea. Candidúria é o crescimento de Candida spp em cultura de urina, comum entre pacientes expostos a fatores de riscos, particularmente internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Pode indicar contaminação, colonização, infecção urinária localizada e disseminada ou sistêmica. O objetivo do presente estudo foi analisar os casos de candidúria em adultos: identificar as espécies de Candida spp em isolados de urocultura, determinar o perfil de susceptibilidade in vitro aos principais antifúngicos da candidúria e relacionar espécies de Candida com variáveis demográficas, setor de internação e resultado da urianálise de pacientes internados no Núcleo do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian – UFMS - Campo Grande - MS, entre maio de 2011 e abril de 2012. Os dados dos pacientes foram obtidos dos formulários de solicitação de exames e banco de dados do Laboratório de Micologia Médica - NHU-UFMS. A partir das uroculturas positivas, foram realizadas a identificação das espécies e perfil de susceptibilidade aos antifúngicos através do aparelho automatizado Vitek®2, confirmados por cromoágar, auxanograma, ágar fubá e microdiluição padrão pelo CLSI-M27-A3 e Suplemento 4. Foram registrados 106 casos de candidúria, destacando Unidade de Terapia Intensiva adulto (n=33/ 31,1%), Unidade de Pronto Atendimento Médico (n=33/ 31,1%), Clínica Médica (n=20/ 19,0%) e demais setores (n=20/19,0%). A maioria dos pacientes era do sexo feminino (n=58/ 54,7%), e a idade variou de 19 a 93 anos. O agente mais frequente nas candidúrias estudadas foi a C.albicans (39,6%). Houve predomínio Candida não albicans (CNA) (60,4%) considerando a soma das espécies C. tropicalis 31,1%, C. glabrata 17,0%, C. krusei 4,7%, Complexo C. parapsilosis 3,8%, C. kefyr 1.9%, C. lusitaniae 0,9% e C. guillermondii 0,9%. As espécies CNA foram significativamente mais comuns em idosos. C.glabrata foi mais frequente em pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva. Todas as espécies apresentaram alto grau de sensibilidade frente a anfotericina B e voriconazol e ausência de sensibilidade ao fluconazol da C.krusei, que é intrinsecamente resistente. Dezessete amostras de C. glabrata foram sensíveis dose dependente ao fluconazol (SDD=94,4%). Ressalta-se a ocorrência de um caso de resistência ao fluconazol por C.glabrata. O presente estudo deverá auxiliar no direcionamento da terapêutica dos pacientes do hospital estudado e ajudará a compor o panorama nacional e mundial das espécies de Candida spp envolvidas nas candidúrias de pacientes internados, bem como de seu perfil de resistência.