Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Moreira, Lucas Machado |
Orientador(a): |
Oliveira, Manoel Marques Evangelista de,
Muniz, Mauro de Medeiros |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48569
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Resumo: |
O aumento da prevalência de infecções nosocomiais causadas por Candida tropicalis descreve a espécie como um patógeno emergente em escala mundial. Esse fenômeno, somado a fatores predisponentes como o aumento no número de casos de pacientes gravemente imunocomprometidos, elevam as taxas de morbimortalidade associadas às infecções por C. tropicalis. Frente a esse cenário, o estudo objetivou avaliar por meio de ferramentas moleculares de menor custo, a epidemiologia dos isolados de C. tropicalis identificados como agentes etiológicos de quadros de candidíase invasiva em um Hospital Universitário de Minas Gerais. Um número de 110 isolados fúngicos, oriundos de episódios de candidíase que ocorreram no período de janeiro de 2013 a janeiro de 2017, presuntivamente identificados como C. tropicalis, por meio de metodologia convencional, foram incluídos no estudo. A identificação fenotípica dos isolados envolveu avaliação em CHROMagar® Candida, onde 93 isolados desenvolveram coloração azul e 17 apresentaram coloração inespecífica. A avaliação da macromorfologia dos isolados exibiu 4 variantes morfológicas descritas como cotonosa, micelial, lisa e rugosa. A identificação bioquímica dos isolados foi realizada em sistema Vitek® 2 YST Card e apresentou 17 perfis bioquímicos distintos compatíveis com a identificação de C. tropicalis. No entanto, o sistema não conseguiu identificar 4 dos 110 isolados testados. A identificação molecular dos isolados foi realizada pela amplificação e posterior sequenciamento da região ITS1-5.8S-ITS2 do DNA ribossomal, e a partir da avaliação das sequências de DNA dos isolados foi possível avaliar a existência de 12 haplótipos com alta taxa de diversidade haplotípica. A análise filogenética dos haplótipos determinou o agrupamento dos haplótipos em 4 clados. O clado 1 agrupa os haplótipos 1, 3, 4 e 6 e concentra 76% dos isolados. A tipagem dos isolados pela amplificação das regiões repetitivas hipervariáveis (minissatélites) M13 evidenciou a existência de 7 perfis moleculares. Os isolados inseridos no estudo foram provenientes de 64 pacientes, dos quais 52% eram do sexo masculino, a mediana de idade observada foi de 61,7 anos e o principal motivo de internação foi associado a doenças crônico-degenerativas, seguido pelas doenças hematológicas e/ou neoplasias. A análise multivariada dos fatores de risco associados ao quadro de candidíase invasiva, nos permitiu inferir que o uso de sonda urinária [OR 84,4, IC95% 4,4-1634,2], submissão ao procedimento de transfusão sanguínea [OR 8,0, IC95% 1,1- 56,8], internação no CTI [OR 77,7, IC95% 3,7-1651,3] e o não uso de antifúngicos [OR 4,5, IC95% 1,3-15,1] foram associados a um aumento da chance de óbito. Enquanto, a análise de sobrevida determinou que os pacientes que apresentaram infecção por cepas pertencentes ao clado ITS 3 (H2) exibiram o menor tempo de sobrevida e maior risco de óbito [HR 12,49, IC95% 2,27-68,77] comparado aos pacientes acometidos por isolados do clado ITS 4 (H5, H8 e H10). As metodologias empregadas nesse estudo demonstraram robustez e poder discriminatório para avaliar os perfis genotípicos circulantes na unidade hospitalar, elucidaram aspectos epidemiológicos e identificaram as prováveis correlações clínicas entre os aspectos genotípicos dos isolados e o desfecho clínico do paciente. |